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Inquéritos vão apurar tortura e oficial da PM
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
O governador Mário Covas
(PSDB) determinou ontem a
abertura de inquéritos na Polícia
Militar para apurar indícios de
crime nos casos do tenente-coronel Edson Pimenta Bueno Filho e
de tortura de presos no 26º DP,
em Sacomã (zona sudeste de SP).
Os dois casos foram revelados
na edição de ontem da Folha. Trechos de fitas cassetes a que a Folha teve acesso mostram Pimenta
sugerindo a soldados a morte de
criminosos feridos em tiroteio.
O oficial, comandante do 5º Batalhão de Policiamento Militar
Metropolitano, foi afastado da
corporação na última quinta-feira, depois de ter sido denunciado
por soldados à Ouvidoria da Polícia de São Paulo.
As denúncias foram feitas a partir de fitas cassetes gravadas este
ano por soldados durante preleções do tenente-coronel Pimenta.
Em um trecho da fita a que a Folha teve acesso, o comandante diz
à tropa que "vagabundo é caixão". Soldados afirmam que a expressão era uma forma de o oficial
ordenar a morte de criminosos.
"Um cidadão que é coronel e está instruindo soldados não pode
dizer que eles têm que matar.
Quem mata bandido, mata gente
que é inocente também", disse
ontem o governador.
Pela determinação de Covas, Pimenta ficará à disposição da Corregedoria da Polícia Militar até o
fim da apuração do caso.
Na fita, Pimenta chama Covas
de "boneco" que comanda o Estado e xinga o secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, de "idiota" e "hipócrita".
"Não me importo com a referência", disse Covas.
O caso do 26º DP ocorreu em
maio deste ano. Vinte policiais civis tentavam conter uma fuga. A
operação foi gravada por presos.
Na fita, ouvem-se policiais obrigando os presos a andarem de
joelhos e ameaças de morte.
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