São Paulo, Segunda-feira, 11 de Outubro de 1999
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Parte das escolas já começou a adotar novo modelo

da Reportagem Local

Embora as diretrizes curriculares só tenham sido concluídas na semana passada, algumas escolas já estão fazendo a transição para o novo modelo de ensino profissionalizante. É o caso do Centro Paula Souza, uma rede pública de escolas profissionalizantes em São Paulo, ligada ao governo estadual, e do Cefet do Rio.
O eixo das mudanças, diz Almério Melquíades de Araújo, coordenador de ensino técnico do Paula Souza, foi a tentativa de tornar os currículos mais flexíveis, abrindo aos alunos as possibilidades de formação e de trajetórias ao longo do curso.
Um exemplo: pela estrutura antiga, o aluno entrava numa escola para se profissionalizar como torneiro mecânico. Ele seguia um currículo pré-determinado com cargas horárias pré-definidas para cada disciplina. Dentro da nova estrutura, esse mesmo aluno provavelmente se inscreveria em um curso da área indústria, e poderia organizar seu currículo e sua formação dentro de um leque de disciplinas oferecidas na área. "O aluno constrói o seu itinerário", explica Araújo.
Isso é possível porque a os cursos profissionalizantes podem ser estruturados em módulos. Ao concluir cada módulo, o aluno obtém um certificado. Se ele cumprir todos os módulos que compõem um curso, ele pode obter o diploma. Um dado importante, no entanto, é que um estudante só vai poder obter um diploma profissionalizante de nível técnico se tiver também o diploma de ensino médio regular (ex-2º grau).
A articulação com o mercado de trabalho é outro aspecto importante. O Cefet do Rio, por exemplo, pretende abrir, em 2000, um curso técnico em gestão urbana. "A idéia é formar um profissional que entenda de transportes, defesa civil, por exemplo, e que possa atuar numa prefeitura na área de trânsito e em organizações não-governamentais como gestores de empresa. É um curso que engloba diversas possibilidades", diz Marco Antonio Lucidi, diretor-geral.
Esses cursos, montados em articulação com necessidades específicas e por vezes pontuais do mercado de trabalho, podem, simplesmente, deixar de ser oferecidos. ""Se eles não atenderem mais as necessidades, eles podem ser extintos e novos cursos vão substituí-los", diz Lucidi. (MAv)



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