São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em 20 casos, só uma pessoa foi condenada

DA AGÊNCIA FOLHA

Dos 20 casos de assassinatos e castrações de crianças e adolescentes no Maranhão registrados desde 91, só uma pessoa foi condenada, apesar de muitos já terem sido presos.
José Domingues foi apontado como autor da morte de Cleiton Lima Conceição, 12, em 91. Sentenciado a 19 anos de prisão e solto por bom comportamento, ele voltou a ser preso recentemente, acusado de ter estuprado uma menina.
Já o vigia Robério Cruz foi acusado de ter assassinado Júlio César Pereira, 11, e Nonato Alves Dias, 10. Robério está preso, mas nega envolvimento com esses crimes.
Em 91, o corpo de Ranier Silva Cruz, 11, foi encontrado com uma grande perfuração nas costas e hematomas pelo corpo, seis dias após seu desaparecimento. À época, o veterinário Manoel Ovídio Leite Júnior, filho do dono do sítio onde o corpo foi localizado, foi apontado como suspeito. Ele chegou a ser ouvido pela polícia, mas foi liberado em seguida. O inquérito ficou parado até 1999.
Convocado para novo depoimento, Leite Júnior desapareceu e até hoje não foi localizado, segundo a polícia do Maranhão. O processo foi arquivado em janeiro deste ano; o Ministério Público não recorreu.
Para Raimundo Soares Cutrim, gerente estadual de Justiça, Segurança Pública e Cidadania, cerca de 80% dos crimes que envolveram a castração de crianças e adolescentes no Maranhão já foram desvendados e todas as providências para esclarecê-los foram tomadas.
"Sabe-se que não foram assassinatos em série. Não foi uma só pessoa ou um único grupo que castrou as crianças. Foram crimes de autorias individuais, em locais diferentes e com intervalos longos de tempo de um para outro", afirmou Cutrim. (DS e EDS)


Texto Anterior: Violência: Suspeitos de castrar garoto são libertados
Próximo Texto: Seita pode ser ligada a crimes no PA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.