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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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SEGURANÇA

Policial afirma que vantagens a longo prazo, como o aumento do número de casos solucionados, compensará investimento

Sistema será aprimorado, diz delegado

DA REPORTAGEM LOCAL

Para os titulares das delegacias seccionais leste e norte, onde o "Corujão" está em teste, o sistema apresenta falhas em seu início, como em qualquer projeto experimental, mas eles afirmam que as vantagens a longo prazo vão compensar o investimento.
O novo sistema foi criado a partir de discussões entre delegados seccionais e o Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), segundo Aldo Galiano Júnior, titular da seccional leste.
A região começou a implantar o projeto em maio. "Também tive problemas nos primeiros três meses, como a [seccional] norte está tendo. Não é fácil mudar uma estrutura de mais de 50 anos", disse Galiano Júnior.
O delegado afirmou que os resultados positivos começaram a aparecer na avaliação dos primeiros seis meses de implantação. "Em janeiro, o índice de esclarecimento de autoria de crimes na seccional leste era de 9%. Em setembro, esse índice subiu para 32%", disse. A maioria das ocorrências é registrada de dia, segundo o delegado.
Galiano Júnior afirmou que o projeto vai sofrer mudanças. "Distritos com carceragem, por exemplo, têm agora atenção especial. Durante o processo, vamos corrigindo as falhas."
Para ele, problemas de demora no atendimento à população podem ser solucionados, sem prejuízo ao projeto. Segundo Galiano Júnior, o delegado plantonista que registrar várias ocorrências graves na sua área pode solicitar apoio extra. "Um delegado da seccional fica de sobreaviso. Se não for suficiente, podemos deslocar delegados de outros núcleos para ajudar na área com maior número de ocorrências."
O titular da seccional norte, onde o projeto iniciou em outubro, Darci Sassi, disse que as falhas são comuns em projetos experimentais. "Mas elas serão sanadas logo", afirmou.
Em relação ao episódio no 38º DP, no último dia 3, quando o registro de um flagrante levou mais de 11 horas, Sassi disse que o delegado de plantão tinha meios de pedir apoio extra e que o caso está sob apuração.
Sobre o caso do 39º DP, onde mãe e filha ficaram dez horas no distrito, o delegado seccional disse que a demora ocorreu porque a ocorrência começou como ato obsceno e evoluiu para atentado violento ao pudor, o que exigia a presença de um delegado especializado da área.
A mãe disse, porém, que não foi informada sobre essa exigência e afirmou que policiais justificaram a demora no atendimento porque o delegado plantonista estava na ronda de outros DPs.
(GILMAR PENTEADO)


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