São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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Jovem dirige sem habilitação, atropela e mata idoso no Rio

Picape atingiu austríaco que caminhava numa ciclovia em Jacarepaguá

Mulher do idoso, que também foi atingida, teve ferimentos leves; segundo ela, jovem aparentava embriaguez

Reginaldo Pimenta/Agência O Globo
Jovem ao lado de policiais na saída da delegacia, no Rio

DIANA BRITO
DO RIO

Uma jovem de 26 anos, sem carteira de habilitação, atropelou e matou na manhã de domingo um austríaco de 80 anos que fazia sua caminhada matinal numa ciclovia nos arredores do condomínio onde morava, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.
Juliana Ferreira Vilela Lustosa foi indiciada sob acusação de homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa. A jovem dirigia a picape Nissan Frontier do pai quando perdeu o controle do veículo e atropelou Rudolf Lessak, que morreu na hora. O idoso estava com a mulher, Rosane Calazans, 49, que sofreu escoriações leves.
Em seu depoimento, Juliana disse ter perdido o controle do carro após ter sido fechada por uma van. Rosane Calazans contou que ela e o marido foram atingidos pelas costas. Lessak foi jogado contra a mulher, que caiu no chão. Ao levantar, Rosane disse que viu que o corpo do marido havia sido arremessado a cerca de dez metros e que a picape tinha capotado. Na versão da mulher da vítima, Juliana apresentava sinais de estar alcoolizada e teria tentado fugir do local.
Segundo ela, a jovem vestia saia e top, aparentando vir de uma festa, e trocou de roupa em casa antes de seguir para a delegacia. Juliana disse ter tentado sair em busca de socorro.

EXAME
O resultado preliminar de um exame de sangue feito na jovem deu resultado negativo para a presença de álcool no organismo. O teste, porém, só foi feito seis horas após o acidente.
O período de seis horas pode servir para diminuir consideravelmente a concentração de álcool no sangue. Se o fígado eliminar 0,1 g/l a cada hora, em seis horas teria sido diluída uma concentração de 0,6 g/l -quantidade a partir da qual a lei prevê prisão em flagrante do infrator.
Em caso de um consumo excessivo de bebida alcoólica, uma medição seis horas depois ainda registraria resquícios de álcool, mas não seria ideal para apurar o volume real de bebida consumido.
De acordo com o delegado Maurício Mendonça de Carvalho, da 32ª DP, que registrou o caso, a demora foi causada pelas "burocracias do registro de ocorrência". Como não houve testemunhas que pudessem informar se Juliana tentou escapar sem prestar socorro à vítima, ela foi liberada após o registro da ocorrência.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a jovem poderá cumprir pena de até cinco anos. O fato de dirigir sem ter carteira de habilitação aumenta em um terço a pena pelo crime, que é de dois a quatro anos de detenção.


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