São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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FOCO

Livro traz obra de arquiteto da estação Julio Prestes e do 1º arranha-céu de SP

DE SÃO PAULO

Autor de projetos emblemáticos como o edifício Sampaio Moreira (primeiro arranha-céu da cidade) e a estação Julio Prestes, ambos no centro, o arquiteto Christiano Stockler das Neves (1889-1982) tem agora sua história revisitada no livro "O Arquiteto Concreto", que será lançado hoje, na Sala São Paulo.
Da formação na Universidade da Pensilvânia (EUA) à breve passagem pela Prefeitura de São Paulo -ocupou o cargo por sete meses, em 1947, nomeado por Adhemar de Barros-, passando pela criação do curso superior de Arquitetura na então Escola de Engenharia Mackenzie, o livro traz um registro afetivo da história do arquiteto.
O autor é o engenheiro civil Alexandre Stockler das Neves Neto, neto do homenageado, que garimpou no acervo da família fotos, croquis, cartas, artigos e desenhos de projetos que ilustram o livro.
"Ele tinha uma preocupação artística com os projetos, um rigor estético. O livro pretende resgatar essa história, que pouca gente conhece."

IDEÁRIO SIMPLISTA
Foi justamente a preocupação estética que rendeu a Stockler as maiores polêmicas. Autor de obras que primam pelas linhas clássicas e harmoniosas, virou crítico ferrenho do modernismo que começava a se instalar no Brasil a partir dos anos 1920.
Em artigos, condenou o que chamava de ideário "simplista", tendência a "industrialização, utilitarismo" e "degenerescência" da arquitetura.
"Ele era um conservador. Foi dos últimos a defender o classicismo, quando o modernismo já começava a ganhar destaque", observa o arquiteto Haroldo Gallo, professor da Unicamp.
O neto assina embaixo as críticas do avô. "Acho que a arquitetura de São Paulo hoje é uma mescla de coisas horríveis. Basta olhar o Memorial da América Latina, o prédio do Mube e a praça Patriarca", diz, citando obras de Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, ambos ligados ao movimento modernista. (LETICIA DE CASTRO)


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