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Serra criará secretaria exclusiva para deficiente físico
CATIA SEABRA
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do prometido enxugamento de estrutura, o prefeito
eleito, José Serra (PSBD), vai criar
uma secretaria exclusivamente
destinada ao deficiente físico. E,
para comandar a secretaria, pretende convidar a publicitária e
psicóloga Mara Gabrilli, 37, tetraplégica há dez anos.
Candidata derrotada à Câmara
Municipal nas eleições de outubro, Gabrilli se dedica à causa desde o acidente que tirou sua mobilidade em agosto de 1994, na serra
de Taubaté.
Em setembro de 2000, Gabrilli
foi fotografada para o que chama
de "ensaio sensual" da revista
Trip, sendo a primeira tetraplégica a posar nua no país.
Ainda na campanha, Serra se
comprometeu com a criação da
secretaria, com o objetivo de integrar ações de diferentes áreas. Já
na época, disse que seria ocupada
por uma mulher.
Fundadora da ONG Projeto
Próximo Passo, foi a própria Gabrilli quem entregou ao prefeito
eleito o projeto de funcionamento
da secretaria. Apesar das conversas entre os dois, Gabrilli ainda
não foi, oficialmente, convidada
para o cargo. Mas, de acordo com
interlocutores do prefeito eleito,
será em breve.
Segundo ela, a criação da secretaria vai ser "uma guinada" porque "as políticas já foram criadas.
O problema é que nunca houve
um órgão executivo que as colocasse em ação".
"Não adianta investir em empregabilidade, fazer curso para
capacitar o portador de deficiência e, daí, ele não conseguir sair de
casa porque a calçada é péssima e
o transporte não é adequado", defendeu Gabrilli, dizendo-se desconfortável em falar sem que tenha sido convidada para o cargo.
Gabrilli reconhece que a secretaria poderá enfrentar restrições
financeiras. Ainda assim, afirma:
"Não se resolve todo o problema
do portador de deficiência em
quatro anos. Mas já dá para começar e conseguir muita coisa em
quatro anos".
Equipe
Entres os tucanos, a expectativa
é de que Serra conclua, nesta semana, a montagem de seu governo. Alguns nomes poderão ser
anunciados ainda na segunda-feira, antes que ele embarque para
Brasília, onde participará de uma
confraternização dos prefeitos
eleitos pelo PSDB.
Hoje, segundo seus interlocutores, a preocupação está na escolha
para a secretaria do governo. Para
o cargo, tem crescido a pressão
sobre o deputado federal e coordenador político da campanha,
Aloysio Nunes Ferreira, que nega.
Emendas
A Comissão de Finanças da Câmara Municipal de São Paulo rejeitou as duas únicas emendas do
PSDB ao Orçamento de 2005, o
que torna mais próxima a primeira derrota de Serra no Legislativo.
Uma das emendas defendia
uma margem de remanejamento
de 15%, contra os 5% aprovados
em primeira votação no plenário.
A outra pedia a possibilidade de
rearranjo do Orçamento nos primeiros 120 dias de governo. Sem
isso, Serra terá um Orçamento
"engessado" no seu primeiro ano.
Se quiserem mudar os dois
pontos, os tucanos terão de reapresentar as emendas em plenário, onde têm só 8 dos 55 vereadores.
A maior emenda incorporada
ao relatório final, das cerca de
1.500 apresentadas, tira R$ 20 milhões da construção dos CEUs para que sejam erguidas 20 creches.
Foi apresentada pelo vereador
Cláudio Fonseca (PC do B), que
fez oposição a Marta Suplicy
(PT).
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