São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

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Tucano é o 3º político morto desde julho

Prefeito, assim como um dos outros dois assassinados em Jandira, era investigado por suspeita de compra de votos

Gravação mostra um vereador contando que levou R$ 200 mil de Paschoalin para votar por aprovação de contas


DO "AGORA"

Antes do assassinato do prefeito Braz Paschoalin, em julho deste ano, outros dois políticos de Jandira foram assassinados: o vereador Waldemiro de Oliveira (PDT) e o suplente Antonio Ivo Aureliano (PTB).
Oliveira era investigado pelo Ministério Público sob suspeita de receber propina de Paschoalin.
A Promotoria obteve uma suposta gravação em que o vereador contava ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da aprovação das contas do segundo mandato do prefeito Paschoalin. Outros seis políticos são suspeitos de receber a propina.
Oliveira foi assassinado em 7 de julho, em frente de casa. Após 20 dias, Aureliano foi morto a tiros, na frente de seu comércio.
A investigação da Promotoria sobre as relações de Paschoalin e Oliveira não é a única que em que o prefeito de Jandira aparece.
Em outros dois inquéritos, ele é investigado sob suspeita de contratações irregulares e nepotismo.
Segundo dados da Promotoria, em 2009, Paschoalin firmou contratos com empresas de publicidade sem concorrência pública.
A Promotoria ainda investiga um suposto favorecimento à empresa do genro do prefeito. Segundo o inquérito, a prefeitura fez uma compra na loja dele sem licitação.
Ex-taxista, Paschoalin foi eleito vereador em 1976. Como prefeito, tinha um dos maiores salários do país, R$ 24,5 mil por mês, e estava em seu terceiro mandato. Já havia ocupado o cargo de 1989 a 1992 e de 1998 a 2002.
Sua sucessora, a vice-prefeita Anabel Sabatine (PSDB) assumirá o comando de Jandira pouco mais de um ano após denunciar um suposto esquema de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde.

HISTÓRICO DE MORTES
Oliveira, Aureliano e Paschoalin não são os únicos políticos assassinados nos últimos 27 anos, na cidade.
Em 1983, quando o prefeito da época, Dorvalino Teixeira (PDS), morreu após ser alvejado por dez disparos.
Depois dele, Rubens Alves da Silva (PDS), que era cotado como favorito na disputa pela prefeitura, e o vereador Márcio Soares de Almeida (PP) foram mortos em 1988 e 2001, respectivamente.
Na semana passada, Paschoalin fez uma festa para comemorar a redução dos homicídios em aproximadamente 60% no comparativo entre os três primeiros trimestres de 2009 e 2010.


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