São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RIO DE JANEIRO

Disposta a impedir que a Imperatriz conquiste o tetracampeonato, escola empolgou o público e foi aplaudida até pelos jurados

Beija-Flor termina 1ª noite como favorita

DA SUCURSAL DO RIO

Após três anos de vice-campeonato, a Beija-Flor de Nilópolis se consagrou na madrugada de ontem como a favorita da primeira noite dos desfiles das escolas de samba do Rio, sendo aplaudida até pelos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba.
A escola, última a desfilar, entrou na avenida disposta a impedir que a Imperatriz Leopoldinense conquiste o tetracampeonato. Com fantasias luxuosas -quase todas as alas tinham adereços de mão e cabeça-, a Beija-Flor conseguiu apresentar o enredo sobre a aviação de forma diferenciada do Salgueiro, que levou o mesmo tema ao sambódromo. Enquanto o Salgueiro apresentou a história da aviação, a escola de Nilópolis falou do sonho de voar, desde a antiguidade.
A comissão de frente arrancou aplausos da platéia ao apresentar bailarinas na ponta dos pés, vestidas de beija-flores. O público, que sacudia bandeiras e balões com a inscrição da Varig, patrocinadora da escola, ficou de pé e aplaudiu.
Depois da polêmica com a Arquidiocese do Rio, a Beija-Flor escondeu em seu último carro a imagem de Nossa Senhora Aparecida, coberta por passistas. Só a coroa da santa aparecia.
O Salgueiro, penúltima escola a entrar na avenida, também agradou, mas não empolgou tanto quanto a Beija-Flor, apesar do investimento de R$ 3,8 milhões -o maior do Grupo Especial.
Os salgueirenses levaram muitas luzes para o sambódromo, iluminando as bordas das saias das baianas, uma ala inteira de pessoas fantasiadas de controladores de vôo e a bateria -que usou um novo instrumento, o chekbalde, um balde com furos.
Um dos carnavais mais caros da história do Rio -as 14 escolas do Grupo Especial gastaram, no total, R$ 32,3 milhões- gerou desfiles cheios de pirotecnias, mas o investimento em carros de luxo não deu certo para todas as escolas. Na primeira noite do Grupo Especial, São Clemente, Unidos da Tijuca e Tradição tiveram sua passagem no sambódromo prejudicada por carros que quebraram.
O investimento em carros luxuosos, porém, deu certo para a Grande Rio. O desfile foi "puro Joãosinho Trinta". Para contar as histórias, lendas e mitos do Maranhão, o carnavalesco levou para a avenida suas marcas mais características: luxo e pirotecnia.
Dos carros alegóricos jorravam fumaça, papel colorido picado, fitas e, no Carro do Cão (a vedete da apresentação), fogo. A abertura do desfile ficou por conta do dublê Eric Scott, que, pela segunda vez, voou sobre a passarela do samba, vestido como um dos papagaios do título do enredo: "Os Papagaios Amarelos nas Terras Encantadas do Maranhão".
Personalidades também não faltaram: da atriz Suzana Vieira, na comissão de frente, à apresentadora Luciana Gimenez, madrinha da bateria, passando Miguel Falabella e Raul Gazolla.



Texto Anterior: CARNAVAL
Mangueira

Próximo Texto: Juíza da Infância atrai a atenção com detenções
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.