São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

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Homenagem a garoto silencia 50 mil torcedores no Maracanã

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 50 mil pessoas se mantiveram em silêncio por um minuto no Maracanã em homenagem ao menino João Hélio Fernandes, arrastado e morto quarta-feira no Rio.
Usualmente, no minuto de silêncio em campo determinado pelo juiz, as torcidas permanecem cantando e gritando. Ontem, fizeram realmente silêncio. Depois, aplaudiram o menino de 6 anos.
De luto, os jogadores de Botafogo e Flamengo entraram em campo segurando uma faixa com os dizeres: "Chega! Queremos Paz - homenagem a João Hélio Fernandes".
Na arquibancada, torcedores do Botafogo, time pelo qual João Hélio torcia, levaram cartazes com os dizeres: "Olho por olho e a cidade ficará cega"; "luto pelo Rio" e "Justiça".

Manifestação
"Ninguém consegue mensurar a dor que é perder um filho com tamanha violência. Eu sei, perdi minha filha. Mas eles terão que aprender e terão que administrar essa dor que o tempo não ameniza."
A afirmação é de Carlos Santiago, pai de Gabriela, morta com um tiro durante um assalto à caixa do metrô na Tijuca, zona norte do Rio, após assistir à entrevista de Rosa Cristina Fernandes à Rede Globo.
A família de Santiago, com a família de Luciana Novaes, que ficou paraplégica ao ser atingida por bala perdida na universidade Estácio de Sá, em que estudava, e outros pais de vítimas da violência organizam uma missa em homenagem ao menino João às 11h, na quarta-feira, na Candelária.
Santiago concorda com a sugestão de Rosa de que o Rio tenha uma legislação penal diferenciada. A mesma idéia defende o governador Sérgio Cabral. Ontem, ele defendeu ainda a proposta do juiz Carlos Góis que propõe que os próprios juízes decidam, caso a caso, a antecipação da maioridade penal.


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