São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2001

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Ativistas enviam cartas repudiando tortura na Febem

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois que o relator especial da ONU sobre tortura, Nigel Rodley, visitou o Brasil, em meados do no ano passado, o país virou alvo permanente das comissões internacionais de direitos humanos.
O governo paulista recebeu 106 cartas de repúdio de ativistas europeus, norte-americanos e asiáticos, após a rebelião ocorrida na Febem no dia 11 de março deste ano.
A rebelião ocorrida no Complexo Imigrantes, em setembro de 99, considerada a maior do país, praticamente não teve repercussão internacional.
Ontem, uma comissão do Ministério da Justiça Francês visitou a UAI (Unidade de Atendimento Inicial da Febem) e reuniu-se com juizes da Infância e da Juventude de São Paulo para criar um programa de cooperação técnica entre os dois países.
Na avaliação da comissão, a UAI é um lugar onde o "sadismo contra os adolescentes é travestido de disciplina".
Há duas semanas, uma representante do consulado americano em São Paulo revelou, durante uma reunião no Núcleo de Estudos da Violência da USP, ter oferecido ajuda formal à Febem.
As cartas, endereçadas de países distantes como Cingapura e Japão, revelam a indignação da comunidade internacional em relação à política de castigo da Febem.
Dos 302 adolescentes examinados pelo Instituto Médico Legal após a rebelião de março, 80% estavam machucados.
Eles relatam ter apanhado dos monitores após a saída da tropa de choque da unidade de Franco da Rocha, onde ocorreu a rebelião. Há relatos de funcionários que teriam jogado pimenta e sabão em pó sobre as feridas dos adolescentes. (GA)



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