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Ativistas enviam
cartas repudiando
tortura na Febem
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois que o relator especial
da ONU sobre tortura, Nigel
Rodley, visitou o Brasil, em
meados do no ano passado, o
país virou alvo permanente das
comissões internacionais de direitos humanos.
O governo paulista recebeu
106 cartas de repúdio de ativistas europeus, norte-americanos e asiáticos, após a rebelião
ocorrida na Febem no dia 11 de
março deste ano.
A rebelião ocorrida no Complexo Imigrantes, em setembro
de 99, considerada a maior do
país, praticamente não teve repercussão internacional.
Ontem, uma comissão do
Ministério da Justiça Francês
visitou a UAI (Unidade de
Atendimento Inicial da Febem) e reuniu-se com juizes da
Infância e da Juventude de São
Paulo para criar um programa
de cooperação técnica entre os
dois países.
Na avaliação da comissão, a
UAI é um lugar onde o "sadismo contra os adolescentes é
travestido de disciplina".
Há duas semanas, uma representante do consulado
americano em São Paulo revelou, durante uma reunião no
Núcleo de Estudos da Violência da USP, ter oferecido ajuda
formal à Febem.
As cartas, endereçadas de
países distantes como Cingapura e Japão, revelam a indignação da comunidade internacional em relação à política de
castigo da Febem.
Dos 302 adolescentes examinados pelo Instituto Médico
Legal após a rebelião de março,
80% estavam machucados.
Eles relatam ter apanhado
dos monitores após a saída da
tropa de choque da unidade de
Franco da Rocha, onde ocorreu
a rebelião. Há relatos de funcionários que teriam jogado pimenta e sabão em pó sobre as
feridas dos adolescentes.
(GA)
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