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Cabo diz ser
mais respeitado
nas favelas
DA SUCURSAL DO RIO
O cabo Fábio Luciano da
Silva, 40, prefere trabalhar
nas favelas do que nas áreas
urbanizadas da zona sul do
Rio. Apesar do perigo de um
confronto com traficantes,
ele diz acreditar que nos
morros é mais respeitado.
"Aqui na zona sul, prefiro
trabalhar no morro do que
na pista [nas ruas". No momento de abordar um empresário, por exemplo, as
coisas sempre se complicam.
Por conta dos ânimos exaltados, ele não trata a autoridade com o devido respeito", afirma o policial, que
não faz parte do grupo entrevistado pela pesquisa.
Suas opiniões são parecidas com a dos entrevistados.
Eles acham incômoda a atitude de moradores que os
vêem como prestadores de
serviço público e não como
autoridade policial. Também acreditam que o morador até mesmo duvidaria de
sua eficiência.
"Quando eles perguntam
por que não boto os negros
da zona norte para fora [da
zona sul", eles querem dizer
que eu não estou agindo
porque também sou negro.
Não querem saber se estou,
na verdade, respeitando os
direitos do outro cidadão",
relata um tenente.
A pesquisa constata que os
policiais negros defendem
uma mudança da forma de
atuação da PM nas favelas,
mantendo contato direto
com a comunidade.
O cabo Silva faz parte de
uma experiência da PM nesse sentido, no complexo de
favelas Cantagalo, Pavão-Pavãozinho (zona sul).
"Temos conseguido uma
relação de confiança com a
comunidade. As ocorrências
mais frequentes são de socorro médico. Respeitamos
e somos respeitados."
(ACF)
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