São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2001

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Cabo diz ser mais respeitado nas favelas

DA SUCURSAL DO RIO

O cabo Fábio Luciano da Silva, 40, prefere trabalhar nas favelas do que nas áreas urbanizadas da zona sul do Rio. Apesar do perigo de um confronto com traficantes, ele diz acreditar que nos morros é mais respeitado.
"Aqui na zona sul, prefiro trabalhar no morro do que na pista [nas ruas". No momento de abordar um empresário, por exemplo, as coisas sempre se complicam. Por conta dos ânimos exaltados, ele não trata a autoridade com o devido respeito", afirma o policial, que não faz parte do grupo entrevistado pela pesquisa.
Suas opiniões são parecidas com a dos entrevistados. Eles acham incômoda a atitude de moradores que os vêem como prestadores de serviço público e não como autoridade policial. Também acreditam que o morador até mesmo duvidaria de sua eficiência.
"Quando eles perguntam por que não boto os negros da zona norte para fora [da zona sul", eles querem dizer que eu não estou agindo porque também sou negro. Não querem saber se estou, na verdade, respeitando os direitos do outro cidadão", relata um tenente.
A pesquisa constata que os policiais negros defendem uma mudança da forma de atuação da PM nas favelas, mantendo contato direto com a comunidade.
O cabo Silva faz parte de uma experiência da PM nesse sentido, no complexo de favelas Cantagalo, Pavão-Pavãozinho (zona sul).
"Temos conseguido uma relação de confiança com a comunidade. As ocorrências mais frequentes são de socorro médico. Respeitamos e somos respeitados." (ACF)


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