São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2001

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Corporação reconhece o preconceito

DA SUCURSAL DO RIO

Segundo o coronel Lenine de Freitas, subsecretário de Segurança do Estado do Rio, a discriminação racial em ações dos policiais já havia sido constatada em pesquisas internas da Polícia Militar. As informações teriam estimulado o desenvolvimento de programas para acabar com o problema.
Freitas diz que as pesquisas foram realizadas durante as gestões do coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira no comando da PM. Nelas, teria sido identificada a tendência de atuação mais enérgica de policiais negros quando em contato com suspeitos negros.
"Foram objeto da nossa pesquisa os casos de revistas em ônibus, automóveis e de pessoas que entram em bancos. O próprio policial negro dava um tratamento diferenciado em relação a cidadãos negros e brancos", afirma Freitas.
Segundo sua avaliação, os programas iniciados com Cerqueira evoluíram para os atuais centros de referência mantidos pela Secretaria de Segurança Pública, nos quais há atenção especial para casos de discriminação para negros e homossexuais.
Freitas ressalta que também concorda com outra das conclusões preliminares da pesquisa desenvolvida pela Universidade Candido Mendes. "É histórico o papel da PM em ser um veículo de ascensão social para o negro. Basta ver o próprio caso do coronel Cerqueira, que transformou a mentalidade da corporação."
Para ele, um sinal da evolução da corporação seria a implantação do policiamento comunitário em favelas. (ACF)


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