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Lista de mortos em chacina é alterada
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Civil retirou da lista de
mortos da chacina do último dia
31, na Baixada Fluminense (região metropolitana do Rio), os
nomes dos irmãos Luciano e Lenilson de Souza Coutinho.
Segundo disse ontem o chefe da
Polícia Civil, Álvaro Lins, em audiência na Comissão de Direitos
Humanos da Assembléia Legislativa, os irmãos não foram mortos
pelo grupo que deixou 28 mortos
no fim do mês passado.
O número de mortos na chacina, que era de 30, passa então a 29
- já que anteontem morreu Kênia Modesto Dias, 27, que foi baleada na cabeça no bar do Caíque
(Nova Iguaçu, cidade na Baixada), onde fazia uma faxina. No local, outras nove pessoas morreram. Ela estava internada no hospital da Posse (Nova Iguaçu) desde a noite da chacina.
Outro homem foi ferido na noite do crime, mas não morreu.
Segundo o chefe de Polícia Civil,
os irmãos, mortos no bairro Corumbá (Nova Iguaçu), foram erroneamente identificados inicialmente como vítimas dos matadores. A hipótese da Polícia Civil para o duplo assassinato é a de crime
passional. Luciano teria sido morto a mando de sua ex-mulher, cujo nome não foi revelado. O irmão
morreu porque estava junto dele.
Atiradores
No depoimento à comissão,
Lins disse que as investigações indicam ter havido de quatro a seis
atiradores nos dez locais da chacina, mas citou os nomes de sete
policiais militares reconhecidos
por testemunhas como autores
do disparos: Fabiano Gonçalves,
José Augusto Moreira Felipe, Júlio
César Amaral de Paula, Carlos
Jorge Carvalho, Marcos Siqueira,
Walter Mário Tenório Valim e
Marcelo Barbosa de Oliveira.
Dois outros PMs, Ivonei de Souza e Maurício Montezano, não foram vistos atirando, mas alterando a cena do crime, segundo o
chefe de Polícia Civil. Lins afirmou que as investigações não indicam que o cabo Davi Brasil e o
soldado Jefferson Alan Ferreira
Cavalcante tenham participado
da matança.
Suspeitos, Brasil e Cavalcante
cumprem prisão administrativa
no batalhão da PM (Polícia Militar) em Mesquita (Baixada Fluminense). Lins afirmou não saber o
motivo de os dois PMs continuarem detidos.
Também esteve na Assembléia
Legislativa o diretor do Departamento de Polícia Técnica e Científica, Roger Ancillotti. Ele disse
que foram encontradas cápsulas
de balas disparadas da mesma arma em três locais da chacina, o
que provaria a migração de um
mesmo grupo de assassinos nos
diversos locais da matança.
Segundo Ancillotti, a perícia
ainda não descobriu as armas
usadas pelos matadores. Os peritos examinam 71 pistolas, um revólver calibre 38 e uma escopeta.
No Tribunal de Justiça do Rio,
uma testemunha reconheceu sete
dos oito policiais conduzidos pela
PF. Os oito estão presos.
(ST)
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