São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Em lugar de um único comprimido, fabricante poderá vender a menor unidade de que dispõe, como cartela com 4 pílulas

Regra para remédio avulso pode mudar

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Para viabilizar a venda avulsa de remédios, autorizada por decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro, a Anvisa já estuda flexibilizar a proposta original, que obrigaria, por exemplo, a indústria a disponibilizar comprimidos avulsos.
"Uma possibilidade é que a indústria, se não estiver aparelhada, coloque como unidade fracionada a menor unidade de que já dispõe, como um blister [cartela] com quatro comprimidos", disse Cláudio Maierovitch, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), durante evento sobre o assunto realizado na semana passada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
Exemplo: se a empresa só vende caixas com dois blisters de quatro comprimidos cada, passaria a disponibilizar as cartelas avulsas, cada uma com quatro pílulas, obviamente com o custo proporcional. Conclusão: a economia para o consumidor com o fracionamento poderá, inicialmente, ainda não chegar ao patamar esperado -alcançado com a venda de um único comprimido.
O fracionamento objetiva diminuir os custos das drogas para o consumidor e inibir o uso abusivo de remédios. Segundo avaliação do Idec , a economia poderá chegar a 20% no preço final. Chile, Inglaterra, Canadá e EUA já fazem a venda fracionada.
"Pode ser que nem tudo o que propomos possa ser implantado imediatamente. Algumas coisas passarão por uma fase de transição", explicou o diretor-presidente. Amanhã ocorrerá a primeira audiência pública sobre o tema.
De acordo com Maierovitch, a questão das novas embalagens foi um dos principais problemas colocados pela indústria, que apontou que essa exigência poderia encarecer os remédios.
"Se obrigássemos as empresas a vender as embalagens picotadas [para destacar os comprimidos] e com informações completas no verso, seriam poucas que poderiam fazer", disse.
De acordo com a norma em debate, cada unidade primária fracionada -por exemplo, um único comprimido- deverá conter dados como o nome da droga, a denominação científica, concentração, nome do detentor do registro, lote e validade.
O problema, afirma o diretor, é que grande parte das embalagens hoje produzidas não traz todos esses dados atrás de cada pílula da cartela -as empresas teriam de adquirir novo maquinário para produzi-las.


Texto Anterior: Projetos atraem ex-membros de gangues no DF
Próximo Texto: Terapia tribal: Uso de veneno de rã deixa floresta e ganha adeptos nas metrópoles
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.