São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crianças são abandonadas em casa modelo

DA REPORTAGEM LOCAL

Na roda de meninos, a maioria diz que quer voltar para a mãe. Fernando, 12, Jeferson, 8, Renato, 12, Emerson, 5, Rafael, 7. "Um ano é muito. Quero amanhã." Eles riem.
Três outros meninos estão quietos. A assistente social explica que a mãe deles quase não os visita, um pode ser adotado.
O Lar Escola Cairbar Schutel, no Morumbi, zona oeste, está com 62 crianças de dois a 13 anos -11 delas aguardam para ser adotadas, seis estão em processo de adoção. É uma casa modelo, onde as crianças são levadas à escola, têm médico, dentista, psicólogos e até padrinhos voluntários.
Aos domingos, na hora da visita, pouco mais da metade das mães vêm ver os filhos. "Só duas ou três mães visitam todo domingo", diz a assistente social Jociene França Ruiz, 42. A maioria das mães vêm a cada 15 dias, só três pais aparecem.
A ausência da mãe pode levar à perda do pátrio poder e à adoção. As crianças que são visitadas poderiam ter a guarda provisória entregue a famílias. A dificuldade está no pouco interesse das autoridades e na falta de uma cultura de guarda.
Há outras dificuldades: entre as 62 crianças, só duas não têm irmãos. O Estatuto da Criança e do Adolescente recomenda que irmãos não sejam separados, reduzindo as chances de guarda ou adoção. (AB)


Lar Escola Cairbar Schutel, tel. 0/xx/11/3742-0516


Texto Anterior: Infância: SP quer substituir orfanatos por famílias
Próximo Texto: Comportamento: Sentimento de culpa atormenta mães
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.