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LUZ VERMELHA
Órgãos da prefeitura e polícias Civil e Militar reuniram-se para definir a união de forças para realizar operações
Força-tarefa irá combater bordéis em bairros nobres
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
Foi criada ontem em São Paulo
uma força-tarefa para combater
os bordéis que se instalaram em
bairros nobres da cidade.
Polícias Civil e Militar, Guarda
Civil, subprefeituras, Contru (Departamento de Controle do Uso
de Imóveis), Psiu (Programa Silêncio Urbano, da Prefeitura de
São Paulo) e até mesmo a CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) vão participar de operações para fechar as casas de prostituição. Representantes de todos
esses órgãos públicos se reuniram
para debater o assunto.
Reportagem de ontem da Folha
mostrou que pelo menos 35 casas
estão funcionando no Campo Belo, bairro familiar da zona sul,
criando transtornos para moradores e desvalorizando imóveis.
"Essa questão está se tornando
importante porque tem atrapalhado muito a comunidade. Sem
entrar em nenhum aspecto moral, porque não é essa a abordagem, cabe uma intervenção da
prefeitura", disse o secretário das
Subprefeituras, Walter Feldman
(PSDB). Além do Campo Belo,
outros bairros serão fiscalizados,
como Vila Mariana e Pinheiros.
O objetivo é buscar falhas administrativas que permitam interditar as casas. "Eu garanto: agora
vai. Porque, com o que a gente estudou de legislação, descobrimos
que administrativamente tem um
monte de coisas para fazer", diz o
delegado Aldo Galiano Junior, titular da Seccional Sul.
Segundo o delegado, se a casa
não tiver alvará de funcionamento, pode ser fechada na primeira
vistoria. Caso o alvará exista, mas
a atividade não corresponda à
função autorizada, a casa pode ser
fechada após cinco vistorias.
Além da fiscalização do alvará,
outras alternativas serão usadas
para a interdição: a lei de uso e
ocupação do solo, que verifica se
as mudanças realizadas no local
correspondem à planta original, e
a lei da 1h, que obriga os estabelecimentos que funcionam de madrugada a ter empresa de segurança comprovada, serviço de estacionamento com manobrista e
alvará de bombeiro.
"Administrativamente a gente
tem muito mais possibilidades. A
lacração policial não existe. Demora e a legislação é branda. Pela
prefeitura é o caminho ideal",
afirma o delegado.
Moradores garantem que,
quando as casas são fechadas, a
medida é respeitada por "uma
hora". Em outras ocasiões, simplesmente mudam de endereço.
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