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CRIME
Ação em agência bancária de São Gonçalo durou mais de quatro horas; polícia negociou, e criminosos se entregaram
Grupo faz 32 reféns em assalto no Rio
Vanderlei Almeida/AFP
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Policiais tentam negociar com os assaltantes que fizeram 22 reféns em uma agência bancária |
RAPHAEL GOMIDE
SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Pelo menos três assaltantes fizeram 32 pessoas reféns, ontem, numa agência bancária em São Gonçalo, município a 15 km do centro
do Rio. O crime aconteceu na véspera de completar um mês do sequestro do ônibus da linha 174,
em que uma refém e o sequestrador foram mortos no Rio.
O assalto na agência do Unibanco durou mais de quatro horas, de
13h30 às 17h50, quando os três assaltantes se entregaram e libertaram 22 reféns que permaneciam
no banco -10 haviam sido soltos
no meio da tarde. Outros dois
bandidos, que davam cobertura
ao assalto, conseguiram fugir antes da chegada da polícia.
Os funcionários e os clientes do
banco foram vítimas de uma trapalhada dos assaltantes, que estavam recolhendo o dinheiro quando uma patrulha da PM, dirigida
pelo cabo Rodrigo Silva, parou
por acaso na porta da agência.
Julgando ter sido descobertos,
os assaltantes tomaram os 32 reféns e mandaram um vigilante negociar com o cabo. Alertado, ele
pediu reforço.
Em pouco tempo, o banco foi
cercado por mais de cem policiais
militares. As negociações foram
conduzidas pelo comandante do
Bope (Batalhão de Operações Especiais), Venâncio Moura, e pelo
comandante da PM, Wilton Ribeiro. Ambos assumiram os cargos após o sequestro do ônibus
174, cujo fim trágico levou à demissão de seus antecessores.
O suboficial da reserva do Exército Pedro Gomes de Oliveira, 69,
um dos reféns libertados, disse
que havia mais um assaltante
dentro do banco. Ele teria, segundo Oliveira, deixado a agência
junto com os reféns.
Segundo a polícia, os assaltantes
estavam armados com três pistolas e são do morro dos Marítimos,
em Niterói, cidade vizinha a São
Gonçalo. Eles foram identificados
como Carlos Alberto Silva, 38,
Nelson Gonçalves Filho, 34, e José
Augusto Pereira da Costa, 22.
Durante as negociações, os assaltantes exigiram um carro e armas para fugir. Uma repórter da
TV Record conseguiu falar com
um deles, por celular. O bandido
disse que não iria se entregar por
temer ser morto pela polícia.
"Isso aqui é consequência da vida, entendeu? Não queremos machucar ninguém, queremos liberdade, sair tranquilos", disse.
As negociações evoluíram
quando entraram em cena a irmã
de Carlos Alberto Silva e o cabo
Pedro, do 7º Batalhão da PM, de
quem Silva é irmão de criação. Segundo o tenente-coronel Lenine
de Freitas, subsecretário da Segurança do Estado, os criminosos
decidiram se render quando lhes
foi oferecida garantia de vida.
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