São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2000


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CRIME
Ação em agência bancária de São Gonçalo durou mais de quatro horas; polícia negociou, e criminosos se entregaram
Grupo faz 32 reféns em assalto no Rio

Vanderlei Almeida/AFP
Policiais tentam negociar com os assaltantes que fizeram 22 reféns em uma agência bancária


RAPHAEL GOMIDE
SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Pelo menos três assaltantes fizeram 32 pessoas reféns, ontem, numa agência bancária em São Gonçalo, município a 15 km do centro do Rio. O crime aconteceu na véspera de completar um mês do sequestro do ônibus da linha 174, em que uma refém e o sequestrador foram mortos no Rio.
O assalto na agência do Unibanco durou mais de quatro horas, de 13h30 às 17h50, quando os três assaltantes se entregaram e libertaram 22 reféns que permaneciam no banco -10 haviam sido soltos no meio da tarde. Outros dois bandidos, que davam cobertura ao assalto, conseguiram fugir antes da chegada da polícia.
Os funcionários e os clientes do banco foram vítimas de uma trapalhada dos assaltantes, que estavam recolhendo o dinheiro quando uma patrulha da PM, dirigida pelo cabo Rodrigo Silva, parou por acaso na porta da agência.
Julgando ter sido descobertos, os assaltantes tomaram os 32 reféns e mandaram um vigilante negociar com o cabo. Alertado, ele pediu reforço.
Em pouco tempo, o banco foi cercado por mais de cem policiais militares. As negociações foram conduzidas pelo comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), Venâncio Moura, e pelo comandante da PM, Wilton Ribeiro. Ambos assumiram os cargos após o sequestro do ônibus 174, cujo fim trágico levou à demissão de seus antecessores.
O suboficial da reserva do Exército Pedro Gomes de Oliveira, 69, um dos reféns libertados, disse que havia mais um assaltante dentro do banco. Ele teria, segundo Oliveira, deixado a agência junto com os reféns.
Segundo a polícia, os assaltantes estavam armados com três pistolas e são do morro dos Marítimos, em Niterói, cidade vizinha a São Gonçalo. Eles foram identificados como Carlos Alberto Silva, 38, Nelson Gonçalves Filho, 34, e José Augusto Pereira da Costa, 22.
Durante as negociações, os assaltantes exigiram um carro e armas para fugir. Uma repórter da TV Record conseguiu falar com um deles, por celular. O bandido disse que não iria se entregar por temer ser morto pela polícia.
"Isso aqui é consequência da vida, entendeu? Não queremos machucar ninguém, queremos liberdade, sair tranquilos", disse.
As negociações evoluíram quando entraram em cena a irmã de Carlos Alberto Silva e o cabo Pedro, do 7º Batalhão da PM, de quem Silva é irmão de criação. Segundo o tenente-coronel Lenine de Freitas, subsecretário da Segurança do Estado, os criminosos decidiram se render quando lhes foi oferecida garantia de vida.


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