São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2000


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Júri começa a decidir se brasileiro será condenado à morte nos EUA

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
ENVIADO ESPECIAL A MODESTO (EUA)

Um júri de 12 pessoas começa a decidir hoje em Modesto (Califórnia, EUA) se condena o goiano Wedson Rosa de Morais à morte ou à prisão perpétua. Em janeiro de 1997, ele matou a facadas o casal de professores aposentados Gerrald, 79, e Amelia Hunt, 79, avós da mulher dele.
As sessões começaram segunda-feira, marcadas por tensão entre a família do brasileiro e Nicholas Palmisano, advogado de defesa. Para os parentes, Palmisano se mostra desinteressado e sem preparo. Ele quase não tem contato com Wedson, e, nas últimas semanas, distanciou-se também dos diplomatas brasileiros que acompanham o caso.
A partir de hoje, às 13h30 em Brasília, vão depor as duas testemunhas da defesa: um psiquiatra e uma tia do réu, Luzinete de Morais Veríssimo. Os jurados se reúnem depois do almoço. Em março, o mesmo júri levou pouco mais de uma hora para considerar Wedson culpado. A etapa atual é para definição da pena.
Na sessão de ontem, falaram as testemunhas da acusação. A sogra do brasileiro, Lois Miranda (que também foi esfaqueada mas sobreviveu), o atual marido dela e três amigos do casal morto. Os depoimentos destacaram as qualidades pessoais das vítimas. Lois descreveu também o drama pessoal e os problemas de saúde que enfrenta desde a morte dos pais.
A advogado de defesa tentou perguntar a Lois, de três maneiras diferentes, como a execução de Wedson melhoraria a saúde dela, mas o juiz rejeitou a questão.
Na saída do tribunal, indagada sobre o que espera, pena de morte ou prisão perpétua, a sogra de Wedson limitou-se a dizer: "Não sei, está nas mãos de Deus".
O promotor John Goold declarou que pediu a execução porque, "para muitos desses condenados, com o tipo de criação que eles tiveram, a prisão não é tão ruim assim". Ele acha que Wedson, 36, é um "manipulador", que agora tenta se passar por doente mental. "Mas os sintomas só começaram depois que ele foi preso."
Luzinete Veríssmo vai tentar mostrar o contrário. Ele relata um histórico de doenças psiquiátricas na família (a mãe de Wedson tem psicose maníaco-depressiva) e uma série de abusos e violências que Wedson sofreu e/ou presenciou na infância.


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