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Júri começa a decidir se brasileiro será condenado à morte nos EUA
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
ENVIADO ESPECIAL A MODESTO (EUA)
Um júri de 12 pessoas começa a
decidir hoje em Modesto (Califórnia, EUA) se condena o goiano
Wedson Rosa de Morais à morte
ou à prisão perpétua. Em janeiro
de 1997, ele matou a facadas o casal de professores aposentados
Gerrald, 79, e Amelia Hunt, 79,
avós da mulher dele.
As sessões começaram segunda-feira, marcadas por tensão entre a família do brasileiro e Nicholas Palmisano, advogado de defesa. Para os parentes, Palmisano se
mostra desinteressado e sem preparo. Ele quase não tem contato
com Wedson, e, nas últimas semanas, distanciou-se também
dos diplomatas brasileiros que
acompanham o caso.
A partir de hoje, às 13h30 em
Brasília, vão depor as duas testemunhas da defesa: um psiquiatra
e uma tia do réu, Luzinete de Morais Veríssimo. Os jurados se reúnem depois do almoço. Em março, o mesmo júri levou pouco
mais de uma hora para considerar
Wedson culpado. A etapa atual é
para definição da pena.
Na sessão de ontem, falaram as
testemunhas da acusação. A sogra
do brasileiro, Lois Miranda (que
também foi esfaqueada mas sobreviveu), o atual marido dela e
três amigos do casal morto. Os depoimentos destacaram as qualidades pessoais das vítimas. Lois
descreveu também o drama pessoal e os problemas de saúde que
enfrenta desde a morte dos pais.
A advogado de defesa tentou
perguntar a Lois, de três maneiras
diferentes, como a execução de
Wedson melhoraria a saúde dela,
mas o juiz rejeitou a questão.
Na saída do tribunal, indagada
sobre o que espera, pena de morte
ou prisão perpétua, a sogra de
Wedson limitou-se a dizer: "Não
sei, está nas mãos de Deus".
O promotor John Goold declarou que pediu a execução porque,
"para muitos desses condenados,
com o tipo de criação que eles tiveram, a prisão não é tão ruim assim". Ele acha que Wedson, 36, é
um "manipulador", que agora
tenta se passar por doente mental.
"Mas os sintomas só começaram
depois que ele foi preso."
Luzinete Veríssmo vai tentar
mostrar o contrário. Ele relata um
histórico de doenças psiquiátricas
na família (a mãe de Wedson tem
psicose maníaco-depressiva) e
uma série de abusos e violências
que Wedson sofreu e/ou presenciou na infância.
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