São Paulo, sábado, 12 de julho de 2008

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Bares estudam alternativas para consumidor

DA AGÊNCIA FOLHA

A queda no movimento de bares e restaurantes após a lei seca está levando empresários e órgãos públicos pelo país a estudar mudanças para ampliar a oferta de transporte aos freqüentadores da noite.
Em Belo Horizonte, a prefeitura avalia criar transporte público específico para atender aos grandes e médios eventos gastroetílicos.
Experiência semelhante na cidade ocorreu em abril, no encerramento do festival Comida di Buteco.
A BHTrans (empresa municipal de transporte e trânsito) instalou linhas de táxi-lotação para o evento, que teve público de 33 mil pessoas.
Agora, os microônibus do transporte coletivo suplementar do município também poderão atender a esses eventos.
O presidente da BHTrans, Ricardo Mendanha, disse que entidades do setor de bares e restaurantes deverão produzir um mapa das regiões com concentração de bares. A partir disso, a BHTrans vai estudar a viabilidade da alteração das rotas dos microônibus.

Outros casos
Em Campinas (93 km de SP), ao menos dois bares do bairro Cambuí fizeram parceria com taxistas para dar desconto de 20% para quem ingeriu álcool.
Outro bar no mesmo bairro comprou um bafômetro e disponibilizou aos clientes. Quem fica acima do limite da nova lei (0,3 mg de álcool por litro de ar expelido, equivalente a dois copos de chope) ganha desconto de 10% no táxi.
O desconto nas corridas de táxi também é estudado pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no Amazonas, que estima em 25% a queda no movimento no Estado pós-lei seca.
Uma empresa de radiotáxi de Manaus disse que as chamadas aumentaram 20% depois da entrada da lei em vigor, no dia 20 de junho.
A Abrasel busca ainda estabelecer acordos com cooperativas de táxi no Ceará, onde as perdas no faturamento são estimadas em 35%.
Em Recife, a alternativa é inviável, pois uma lei municipal impede que cooperativas ofereçam descontos.
"A saída é a educação da população para que recorram a táxis ou ao amigo da vez", afirmou Mário Carvalheira, da Abrasel local, que avalia as perdas em 15%.
Já a companhia de transportes de Goiânia vai implantar, em setembro, 40 linhas de ônibus que vão funcionar diariamente durante a madrugada. A idéia era servir trabalhadores da madrugada, mas o plano foi acelerado depois da nova lei.
Em Maceió, bares irão oferecer a partir de hoje serviços de vans para levar clientes para casa. O serviço será terceirizado e cobrado de acordo com a distância percorrida.
(PAULO PEIXOTO, MAURÍCIO SIMIONATO, KÁTIA BRASIL, FELIPE BÄCHTOLD, RENATA BAPTISTA e SÍLVIA FREIRE)



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