São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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ACIDENTE

Polícia de Carapicuíba vai averiguar a possibilidade de negligência

71 pessoas ficam feridas em rodeio

DO "AGORA"

Durante prova de montaria de cavalo do 2º Rodeio Festival de Carapicuíba (Grande São Paulo), por volta das 22h20 de anteontem, uma briga, segundo a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros, teria provocado um acidente que deixou 71 pessoas feridas.
Segundo os organizadores, cerca de 20 mil pessoas estavam na arena assistindo à prova e aguardando o show da dupla Rio Negro e Solimões -a capacidade do local seria de 35 mil pessoas. Vítimas disseram, no entanto, que a arquibancada estava superlotada.
O delegado Edinilson Neida, do distrito policial de Carapicuíba, diz que uma briga na parte de cima da arquibancada teria provocado um tumulto.
"A confusão começou e muitos desceram. Um trecho da grade não resistiu à pressão e arrebentou", conta Neida. A altura da queda foi de cerca 2,4 m, e as pessoas caíram umas sobre as outras.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a queda da grade ocorreu às 22h23. Houve confusão e correria.

Inquérito
Segundo a polícia, 71 feridos foram atendidos, 35 deles levados a três hospitais da região -a maioria com ferimentos leves.
A polícia abriu inquérito por lesão corporal culposa (sem intenção) contra a Stick's Eventos, empresa que montou as arquibancadas. "Se verificarmos que houve negligência dos organizadores [Perfil Promoções", eles também serão indiciados", afirmou Neida.
Meia hora após o acidente, começou o show da dupla sertaneja. Segundo os organizadores, o show não foi cancelado pela prefeitura. Apenas a área danificada ficou interditada.
Até o início das noite de ontem, seis pessoas continuavam em observação em dois hospitais de Carapicuíba com fraturas e uma com suspeitas de fratura na coluna, mas todas passavam bem.

"Fatalidade"
Marcos Pacheco, 37, diretor da Perfil Promoções, afirmou que o acidente "foi uma fatalidade". Segundo ele, o evento "tem todos os documentos e alvarás". A empresa nega que o local estivesse superlotado. "Tinha 20 mil pessoas e a capacidade é de 35 mil", disse.
Segundo ele, a empresa não foi negligente: "Todos os procedimentos de emergência funcionaram. Não houve tumulto".
Max Scotton, 37, diretor da Stick's Eventos, disse que a grade deveria resistir à pressão a que foi submetida anteontem.
Quanto ao inquérito contra a empresa, afirmou que vai esperar o laudo da perícia, que deve ficar pronto em 20 dias. A Stick's se propõe a reembolsar os custos do atendimento médico às vítimas.



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