do enviado especial

A polícia considera um capitão-de-mar-e-guerra da reserva da Marinha o principal suspeito de ser o maníaco sexual que já matou dez jovens em Nova Friburgo.
O suposto envolvimento do comandante na série de mortes levou a Marinha a participar das investigações.
Oficiais da ativa estiveram em Nova Friburgo levantando informações sobre os crimes, que também são investigados pelo serviço reservado da unidade local da Polícia Militar, o 11º Batalhão.
Por causa das suspeitas sobre a culpa do capitão-de-mar-e-guerra, a Justiça decretou estar sob segredo judicial o inquérito da Polícia Civil que apura a morte de Fabiana Ferreira Rocha.
O nome do capitão-de-mar-e-guerra não está sendo divulgado em obediência ao sigilo determinado pela Justiça.
Junto ao corpo de Fabiana, morta em abril, havia um cartão em nome de Gereílton Cosme da Silva, conhecido pelo apelido de Jerry Adriani.
O suspeito negou envolvimento no crime, mas acusou o faxineiro Natalício Lopes Martins, o Cerol, de ser o elo entre Fabiana e as demais mortas.
Cerol trabalhou em panfletagem política com duas outras vítimas: Sílvia Nicolau e Gilcimara de Oliveira. Ele também conhecia outras jovens assassinadas.
Cerol disse nada saber sobre as mortes, mas revelou, pela primeira vez para a polícia, a existência de um oficial da Marinha, morador da cidade, que estaria envolvido na série de assassinatos e violências sexuais.
Em depoimento à polícia, o oficial negou as acusações. A 151ª DP chegou a requerer sua prisão à Justiça, que recusou o pedido, sob a alegação de que não havia provas.
Para a polícia, Jerry Adriani e Cerol aliciavam as jovens para um esquema que incluía fotos eróticas e prostituição. O militar seria um dos clientes da dupla. As mulheres mortas seriam ligadas a ele.
Jerry Adriani está preso há duas semanas em Teresópolis (cidade serrana a 70 km de Nova Friburgo), sob a acusação de praticar abuso sexual contra uma mulher. Cerol está desaparecido. (ST)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice