LUCIANA MARTINS
da Folha Ribeirão

A garota de programa Selma Heloísa Artigas da Silva, 22, conhecida como Nicole, foi assassinada na madrugada de ontem após ter sido amarrada a um veículo -que a polícia acredita ser uma camionete importada- e arrastada por cerca de 2,5 quilômetros em um trecho na avenida Caramuru, na zona sul de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo).
Laudo preliminar do IML (Instituto Médico Legal) de Ribeirão aponta que Selma estava grávida de três meses e foi arrastada por cerca de uma hora.
A causa da morte foi traumatismo craniano.
Segundo o delegado Samuel Zanferdini, o principal suspeito do crime é Pablo Russel Rocha, 24, que estaria dirigindo o veículo, uma camionete Pajero cinza.
Dois amigos de Rocha -Leandro Fraga Garcia, 24, e Ítalo Júnior, 24- se apresentaram ontem ao delegado e afirmaram que estiveram com o acusado até as 2h30 de ontem. Juntos, eles permaneceram na chácara em que Selma trabalhava da 0h à 1h.
Para a polícia, Rocha, Garcia e Júnior foram até a chácara e conversaram com Selma. "Rocha teria combinado com Selma de pegá-la no final da noite", disse o delegado.
Segundo a proprietária da chácara de prostituição, que se identificou apenas como Suzi, a garota de programa deixou o local acompanhada de Rocha às 3h.
O corpo de Selma foi encontrado às 4h, na avenida Caramuru, próximo ao bairro Alto da Boa Vista, de classe média alta.
Até as 19h de ontem, o acusado não havia se apresentado à polícia, que não divulgou seu endereço e o de sua família. Segundo a polícia, o acusado é filho de um médico e de uma psicóloga.
O delegado deve pedir a prisão temporária de Rocha, por 30 dias, na próxima semana.
"Pelo que apuramos, Rocha é o principal suspeito do crime. Mas ainda estamos investigando se a vítima não esteve com outra pessoa entre 3h e 4h", disse.
O corpo da vítima possuía marcas no pulso direito, indicando que ela foi amarrada antes de morrer. Segundo o IML, o corpo estava desfigurado.
A garota de programa só foi reconhecida por meio de uma tatuagem de um cavalo que possui na nádega esquerda. O reconhecimento foi feito por amigas.
Selma estava em Ribeirão havia dois anos. Segundo suas amigas, ela era uma pessoa meiga e tinha dois filhos, que moravam em Franca.
Uma outra versão, apresentada por amigas de Selma, afirma que ela se encontrou com Rocha, às 3h, na avenida Independência, na área central de Ribeirão. Não há testemunhas do crime.



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