São Paulo, sábado, 12 de setembro de 1998

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Corpo foi puxado por 2,5 km em uma hora

da Folha Ribeirão

A garota de programa Selma Heloísa Artigas da Silva foi arrastada por cerca de 2,5 quilômetros e por aproximadamente uma hora, de acordo com laudo preliminar divulgado pelo IML (Instituto Médico Legal) de Ribeirão Preto.
Segundo o médico responsável pela autópsia, Nélio Rezende Cardoso, o corpo de Selma ficou desfigurado e foi encontrado sem um dos braços e sem o cérebro.
"Em 20 anos de profissão, nunca vi um corpo tão desfigurado quanto esse. Geralmente, quando alguém é atropelado por trem ou automóvel, o corpo fica horrível, mas igual a esse é a primeira vez que vejo", disse o médico.
Cardoso disse também que, pelas condições do corpo, Selma teria sido arrastada viva. "O corpo apresenta lesões vitais -com sangue- e não vitais -sem sangue. Isto significa que todas as lesões que apresentam sangue foram provocadas enquanto a vítima estava viva", afirmou ele.
O pulso do braço direito apresentava sinais de que a vítima teria sido amarrada por alguma corda ou fita grossa, segundo o médico.
O médico disse que colheu material para fazer um exame para saber se Selma teria mantido relações sexuais antes de morrer. Segundo ele, o exame deve ficar pronto em 15 dias. Cardoso disse também que todos os órgãos internos de Selma estavam intactos. "Os ferimentos eram externos".
De acordo com o delegado do setor de homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Samuel Zanferdini, partes do cérebro de Selma foram encontradas a 1.600 m de distância do corpo.
"Percorremos toda a área próxima ao local onde foi encontrado o corpo e só encontramos partes do cérebro", disse o delegado.
Zanferdini afirma ainda que o braço esquerdo de Selma pode ter sido esfacelado no meio do trajeto em que foi arrastado. "Não temos esperanças de encontrar o braço", afirmou ontem.
O corpo de Selma foi encontrado com um blazer e um cinto amarrado na cintura, segundo a polícia.
"Dentro de um dos bolsos do casaco encontramos quatro fichas de plástico, provavelmente fichas usadas para consumo de bebidas na chácara, e um cartão de visita de uma empresa que não podemos divulgar o nome", disse.



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