São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2005

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Metalúrgicos defendem o "não" em ato

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Metalúrgicos da Grande Porto Alegre reuniram cerca de mil pessoas na tarde de ontem em frente à fábrica da Taurus, na zona norte da capital gaúcha, para defender o "não" à proibição do comércio de armas de fogo e munição. Segundo a Brigada Militar, cerca de 500 pessoas participaram -em sua maioria funcionários da empresa.
Nos discursos, o temor com as vagas que podem ser fechadas em razão da eventual proibição.
Segundo o diretor de formação do Stimepa (Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre), Lírio Segalla Rosa, "desarmar inocentes" não é solução contra a violência. "Até porque o Estatuto do Desarmamento já resolve bem essa questão da arma."
Segalla, que é funcionário da Taurus, afirmou que a empresa está em sintonia com o sindicato nessa questão, mas não se manifesta por um princípio de política interna: o de evitar transparecer que legisla em causa própria. A Forjas Taurus é a maior indústria de armas do Brasil.

Oposição à CUT
O sindicato se opõe à posição da central à qual é filiado, a CUT, que defende o "sim". "Somos filiados à CUT e a respeitamos o apoio ao "sim". Mesmo assim, temos a nossa posição e não podemos aceitar o desemprego e uma solução inadequada", disse Claudir Nespolo, presidente do sindicato. Segundo Nespolo, "se for proibido o comércio de armas, a categoria perderá cerca de 6.000 empregos".
"O Estado [brasileiro] não cumpre o seu papel de fazer com que as leis sejam cumpridas e joga a culpa pela criminalidade sobre a indústria de armas brasileira", diz nota do sindicato. "O que há de mais grave nisso tudo é que o referendo que quer proibir o comércio de armas irá servir, se for aprovado, apenas às empresas estrangeiras, que estão de olho no mercado nacional de armas e são concorrentes das brasileiras no mercado mundial de armas."


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