São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2005

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Garoto de oito anos é morto por tiro acidental

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Um menino de oito anos morreu anteontem à tarde em Piracicaba (162 km de São Paulo) ao ser atingido por um disparo acidental de um revólver calibre 38. O tiro foi deflagrado pelo irmão dele, um estudante de 18 anos.
O irmão mostrava a arma para o menino quando houve o disparo. A criança foi atingida no tórax e levada por vizinhos ao hospital.
O corpo do menino foi enterrado na manhã de ontem. Segundo a Polícia Civil, o revólver pertence a um irmão mais velho dos dois, de 19 anos, que pegou a arma e fugiu. Ele já responde a processo por porte ilegal e responderá a outro pelo mesmo crime.
De acordo com a polícia, o irmão que efetuou o disparo acidental responderá por homicídio doloso (com intenção de matar) porque pegou a arma que estava debaixo do colchão da casa e sabia que havia risco de disparo. Ele está preso em Piracicaba.
A mãe dos três filhos declarou à polícia que não sabia da arma.
No domingo, um marceneiro de 18 anos também matou o irmão de 24 anos com um disparo acidental de um revólver em casa, em Hortolândia (SP).
Uma pesquisa desenvolvida pela ONG Viva Rio mostrou que, do total de internações de crianças e pré-adolescentes (de zero a 14 anos) por lesão com arma de fogo no Brasil, 54% decorreram de disparos acidentais.
Segundo a pesquisadora do Viva Rio Luciano Phebo, a cada dia duas crianças ou pré-adolescentes são internados em hospitais devido a lesões causadas por arma de fogo por motivo acidental.
Ainda segundo a pesquisa, entre os jovens de 15 a 24 anos -faixa mais acometida pela violência armada- os acidentes representam 30,8% dos casos que levaram à hospitalização.
"A cada três pessoas hospitalizadas devido lesões por arma de fogo, uma foi por uso acidental. A a cada dia, uma pessoa morre por acidente causado por arma de fogo no país, em média", diz ela.


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