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CRÍTICA
Campeão de vendas simplifica narrativa
MÔNICA RODRIGUES COSTA
Editora da Folhinha
Somados, os três livros mais
vendidos do escritor paulista
Pedro Bandeira já ultrapassaram a casa do 1 milhão.
Pelas contas da editora Moderna, "A Droga da Obediência", "A Marca de uma Lágrima" e "A Droga do Amor" venderam, juntos, 1,38 milhão de
exemplares desde 1984.
Pedro Bandeira, 55, é um sucesso editorial, exemplo da literatura infantil e juvenil que conheceu seu "boom" a partir dos
anos 70. É o escritor mais lido
por crianças e jovens entre 11 e
15 anos na biblioteca pública
Clara Luz 2, de São Paulo.
Em levantamento da biblioteca, entre junho de 96 e junho de
97, Bandeira aparece com seis títulos entre os mais retirados.
Muito adotada em escolas, sua
obra é uma mostra da abordagem paradidática da literatura.
Os livros, que privilegiam a trinca suspense-ação-mistério, de
tema superficial e linguagem
"simplificada", parecem feitos
propositadamente para fins pedagógicos.
Bandeira escreve baseado numa fórmula que se repete. A coleção "A Turma dos Karas",
por exemplo, é uma série de histórias cujo enredo gira em torno
de um grupo de adolescentes
que se dedica à solução de crimes complicados.
As narrativas têm a mesma estrutura -peripécia, nó, desfecho- e minimizam as relações
psicológicas entre personagens.
Críticos têm apontado o "eixo
de inverossimilhança" que sustenta as narrativas, além do
"ufanismo demagógico" delas.
Mirian Dias, 47, uma das responsáveis pelo programa das salas de leitura das escolas municipais de São Paulo, aproxima o
estilo do escritor da narrativa da
TV. "Pedro Bandeira não tem
profundidade, mas tem humor,
ritmo de escrita dinâmico, parecido com a TV, que o aluno lê
como distração."
Colaborou Marilene Felinto, da Equipe de
Articulistas
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