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EDUCAÇÃO
Programa não evita atraso escolar
Repetência
atinge 54%
dos alunos
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em BH
Os programas de aceleração de
aprendizagem, aprovados em
1996 pelo MEC (Ministério da
Educação), ainda não conseguiram reduzir o número de alunos
repetentes.
O assunto foi debatido no Encontro Nacional de Aceleração de
Aprendizagem, promovido nesta
semana em Belo Horizonte pela
prefeitura e por organizações
não-governamentais e que reuniu
representantes de cerca de 300
municípios e de secretarias estaduais da Educação, segundo a organização.
Dados divulgados durante o encontro mostram que, segundo levantamento de 1996 do MEC,
54% dos alunos do ensino fundamental (ex-Primeiro Grau) da rede pública não cursam a série em
que deveriam estar de acordo
com sua idade. Isso representa 16
milhões de estudantes, o que resulta em gasto extra de R$ 4,5 bilhões.
A consultora educacional Solange Carli estima que esses recursos seriam suficientes para a
criação de 7,5 milhões de vagas na
rede pública de ensino.
Os palestrantes do encontro defenderam os programas de aceleração como um método que permita aos alunos recuperarem o
tempo perdido melhorando sua
capacidade de aprendizagem. Os
programas estabelecem que, durante um ano, o aluno repetente
fique em uma classe especial. Nesse período, ele deve receber aulas
multidisciplinares e estímulos para desenvolver sua capacidade de
aprender. Ao final do ano, é promovido para a classe onde deveria
estar.
Para a consultora Solange Carli,
o objetivo dos programas é atingir 6 milhões de alunos da 1ª à 4ª
séries, cuja defasagem é de dois
anos ou mais. Mas até agora foram atendidos somente 400 mil
alunos.
A situação mais crítica é a da região Nordeste, onde, segundo dados do Ministério da Educação,
48,47% dos alunos de 1ª à 4ª séries
têm dois ou mais anos de defasagem.
Em São Paulo, o número de alunos com dois anos de defasagem
escolar era, em 96, de 404 mil
crianças, ou 12% dos alunos matriculados.
Neste ano, 31 mil alunos foram
atendidos pelo programa.
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