São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2000

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TRÂNSITO

Nelson El Hage afirma que não foram problemas financeiros que impediram aceleração de julgamentos de recursos

Presidente da CET diz que vai criar 4 juntas

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Nelson Maluf El Hage afirma que, até o mês que vem, mais quatro Jaris serão instaladas na cidade de São Paulo para evitar atrasos na análise dos recursos.
Uma delas já começa a atuar nesta semana. Com isso, haverá 18 Jaris e 108 julgadores.
Embora tenham autonomia de decisão, as Jaris dependem da liberação de verbas da CET.
A companhia vem enfrentando uma crise financeira por causa de restrições orçamentárias. Neste ano, dezenas de contratos de prestação de serviços já foram cancelados.
Apesar disso, El Hage afirma que o fato de mais Jaris não terem sido criadas nos últimos anos não está relacionada a problemas financeiros. "Não tem nada a ver. Eles (os julgadores) ganham um salário simbólico. Não representam muitos gastos."
Nesse período, o coordenador das Jaris, Archimedes Cassão Véras, solicitou pelo menos cinco novas equipes para conseguir atender à demanda crescente de recursos interpostos.
O presidente da CET afirma que só estava aguardando uma resolução do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), que estabeleceria novas normas para a composição das Jaris.
"Ficamos esperando. Como não saiu, resolvemos criar mais a partir de agora", diz.
Sobre a possibilidade de 50 mil multas poderem ter direito a efeito suspensivo a partir do próximo mês, ele afirma que ainda não tem como se manifestar. "Eu preciso ver com o meu (departamento) jurídico para decidir como vamos resolver esse problema", diz.

Orçamento
El Hage minimiza as denúncias feitas por funcionários da CET desde o mês passado de que a situação financeira da empresa seria grave.
"É como a prefeitura inteira. Não é só a CET. Está todo mundo apertado por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal", afirma.
Segundo ele, os contratos cancelados não eram fundamentais para a organização trânsito. Ele afirma que essas dificuldades não terão reflexos para os motoristas da capital.
"Isso está causando problema na administração da empresa, mas não no trânsito."
Para o presidente da CET, alguns contratos relativos à sinalização foram suspensos porque podem ser dispensáveis por até três meses.

Orçamento
El Hage evita falar sobre as condições econômica da CET, mas admite que a previsão de gastos estabelecida no Orçamento de 2001 enviado à Câmara Municipal é insuficiente.
"Os R$ 140 milhões são pouco dinheiro. Mas o valor ainda pode aumentar", afirma.
De acordo com ele, a CET havia solicitado R$ 260 milhões para cobrir as despesas previstas no ano que vem. "É natural que haja alguma redução em relação ao que foi pedido."
A verba de R$ 140 milhões estabelecida para 2001 não é suficiente nem mesmo para pagar os funcionários da CET, cujos salários ultrapassam R$ 160 milhões.
(ALENCAR IZIDORO)


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