São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2000

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Ministério pesquisará dez cidades

DA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

A Coordenação Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde e a Universidade de Brasília (UnB) estão fazendo uma pesquisa em dez cidades sobre os resultados das intervenções educativas com prostitutas.
A pesquisa já está acontecendo em algumas cidades, mas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte o trabalho de campo só irá começar em algumas semanas. Serão realizadas entrevistas diretas e a aplicação de questionários.
Os resultados permitirão avaliar o uso de medidas preventivas e a vulnerabilidade às DSTs e à Aids entre mulheres que se prostituem.
As cidades foram selecionadas por critérios como concentração de comércio sexual feminino, incidência de Aids entre as mulheres e relevância dos projetos dirigidos a esse perfil. A pesquisa está sendo acompanhada por um comitê de ética

Pesquisa
O Musa (Mulher e Saúde), organização não-governamental que trabalha com a saúde da mulher, realizou a pesquisa no ano passado para avaliar o efeito das ações educativas da ONG na Zona Grande, área de prostituição que fica no centro de Belo Horizonte.
Para definir a amostra, a coordenação levantou o número de mulheres que trabalhavam no local. A partir dessa informação, os pesquisadores estimaram o número máximo de mulheres que trabalhariam em cada hotel e entrevistaram 10% delas. Ao todo, foram realizadas 171 entrevistas.
As entrevistas aconteceram nos hotéis, os locais de trabalho das mulheres, e foram realizadas em diferentes turnos e em diferentes dias do mês- o que foi necessário em decorrência de a população do local ser flutuante.
Para surpresa dos pesquisadores, poucas mulheres se recusaram a participar. O Musa tinha até organizado uma estratégia de "encorajamento": camisinhas seriam oferecidas em troca das entrevistas. Como a maioria aceitou responder ao questionário espontaneamente, as camisinhas, como forma de agradecimento e de recompensa, foram entregues no fim das entrevistas.
O projeto com as prostitutas começou em 1992 em parceria com a Pastoral da Mulher. Em 1993, ganhou o apoio da Fundação MacArthur. No ano seguinte, o Ministério da Saúde passou a financiar o projeto, que recebeu o nome de "Na Batalha pela Saúde".



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