DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários de ônibus que operam na cidade de São Paulo concordaram ontem com o repasse de dinheiro da receita geral da venda de passes das companhias para as viações Expresso Paulistano e Consórcio Aricanduva pagarem os salários de quase 3.000 funcionários, que estavam em greve desde o dia 7.
Segundo Edivaldo Santiago, presidente do sindicato dos trabalhadores, os ônibus da duas companhias devem voltar a circular já na madrugada de hoje. Elas transportam juntas cerca de 120 mil passageiros por dia na zona leste.
As duas empresas deviam mais de R$ 1 milhão a motoristas e cobradores. Têm a receber R$ 240 mil da prefeitura pela receita de passes. O restante do débito será coberto com dinheiro da receita global da venda de passes repassado para todas as empresas por mês (R$ 55 milhões).
O pagamento dos salários e retomada dos serviços tinham sido determinados pelo Tribunal Regional do Trabalho.
Segundo o presidente do Transurb (sindicato das empresas de ônibus), Sérgio Pavani, as empresas terão de devolver o dinheiro ao sistema até o dia 31 deste mês, quando terminam seus contratos. "A prefeitura não está colocando dinheiro. Isso é receita nossa", afirmou. "Ninguém é santo. Tem momento em que a gente abre a mão, perde as unhas, mas não os dedos", disse Pavani quando questionado sobre o motivo pelo qual as viações decidiram liberar o dinheiro. "Pode ser que amanhã qualquer um de nós precise".
A tarifa dos ônibus e lotações da capital já foi reajustada. Subiu de R$ 1,40 para R$ 1,70 ontem.


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