da Reportagem Local

A ex-secretária Carla de Jesus Gonçalves, 18, colocou no papel: ganhava R$ 150 por mês em seu emprego, mas pagava por conta o ônibus e seu patrão não aceitava assumir a despesa. Recebia R$ 5 por dia e gastava a metade só com transporte de ida e volta.
Nas ruas, descobriu pelos vizinhos que era possível tirar como pedinte até R$ 35 em um dia considerado ""bom", geralmente nas quinta ou sexta-feiras quando o movimento é mais intenso.
O resultado do raciocínio veio em seguida. Demitiu-se do trabalho, procurou um local para pedir esmola e abandonou os estudos.
Carla "trabalha" nas ruas há cinco anos, sempre na região de Pinheiros (zona sudoeste), em um ponto que descobriu em frente a um supermercado 24 horas.
Ela estima que hoje consegue ganhar R$ 105 por semana, isso se não chover ou se as pessoas não estiverem dispostas a ajudar -o que é raro. O trabalho é de segunda a sexta, com direito a final de semana e feriado.
""Já pensei em estudar e sair dessa vida, mas agora não tenho como viver sem isso e preciso sustentar o meu filho", disse a adolescente, mãe de um menino de 1 ano. Ela vive em Osasco. (AS)


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