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Passista se
queixa de
oportunistas
da Sucursal do Rio
Os integrantes das escolas, que
trabalham o ano inteiro para o
Carnaval, criticam os artistas por
sua falta de envolvimento com o
cotidiano das agremiações. Na
Beija Flor, Suzana Alves, a Tiazinha, protagonizou uma cena que
traduz esta distância.
Depois de sambar no camarote
da diretoria por quase uma hora,
a modelo desceu para o salão cercada por seguranças. No meio da
multidão, estava a normalista
Charlene Valnice, 17, passista mirim da escola.
Suzana ouviu os pedidos da
passista e sambou com ela por alguns segundos, mas foi retirada
em seguida pelos seguranças. "A
Tiazinha samba direitinho, mas
não como nós", conta Charlene.
Ela reclama da presença de artistas oportunistas durante o Carnaval, mas evita qualificar Tiazinha,
de quem é fã, como tal. "Esses artistas já aparecem na TV o ano todo. Poderiam deixar o Carnaval
para nós, que somos da comunidade e ralamos para fazer aquele
espetáculo acontecer."
Charlene acompanhou a escolha do samba-enredo durante o
segundo semestre de 1999. Suzana decorou a letra usando outro
método. "Comprei o CD com os
sambas", diz a modelo.
Charlene quer seguir uma carreira diferente daquela que Tiazinha escolheu. "Adoro o trabalho
com crianças, é por isso que continuo na ala mirim da Beija-Flor,
sou a mais velha de lá. Não penso
em carreira artística. Quero fazer
concurso para o magistério e me
tornar professora primária."
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