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MINAS GERAIS
Meta é evitar permanência de mendigos nas ruas
Prefeitura de Belo Horizonte lança campanha contra a esmola
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Com o tema "Dar esmola só
piora", a Prefeitura de Belo Horizonte lançou nesta semana campanha que visa coibir a mendicância na cidade. A iniciativa da
administração petista é alvo de
críticas de entidades que trabalham com a população de rua,
que reivindicam emprego e renda
para os pedintes.
Inicialmente, serão distribuídos
500 cartazes e 10 mil panfletos pelos 45 bairros da região centro-sul, orientando a transferir as esmolas para uma das 639 instituições cadastradas no Conselho
Municipal de Assistência Social.
De acordo com a prefeitura, a
atitude poderá evitar a permanência de mendigos nas ruas, a
exploração do trabalho infantil, a
marginalidade e o alcoolismo. Cidades como Botucatu (SP), Ribeirão Preto (SP) e Caçador (SC) já
adotaram ações semelhantes.
O material da campanha cita
projetos da prefeitura e do governo federal que "prestam assistência às pessoas mais necessitadas",
como o Bolsa-Moradia (municipal) e Bolsa-Família (federal).
"Apesar de todos os projetos
implantados, muitas famílias
continuam na mendicância, pois
sabem que podem contar com a
generosidade de vários cidadãos",
diz o texto. O governo estadual,
do PSDB, não é mencionado.
Na capital mineira, 916 pessoas
vivem nas ruas, 343 (37,5%) na região centro-sul. Os dados são de
1998. São cinco abrigos, com capacidade para 740 pessoas. Outros dois abrigos, para moradores
de área de risco, comportam até
134 famílias. O programa Bolsa-Moradia -subsídio de R$ 200
por até 30 meses para pagamento
de aluguel- atende 608 famílias.
A representante da Pastoral de
Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte Cristina Bove diz acreditar
que a campanha não resolverá os
problemas da população de rua.
Segundo ela, a medida não contempla a geração de trabalho e
renda. "Se você retira o dinheiro
dessas pessoas e não oferece nada
em troca, como fica?"
Para José Aparecido Gonçalves,
integrante do Fórum Nacional de
Estudos da População de Rua, a
prefeitura ainda não propôs "alternativas dignas" aos mendigos.
"Fazer campanha contra as esmolas é muito pouco."
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