São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Para as empresas, a própria lei respalda avisos a motoristas

DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas que vendem os GPSs com a função de avisar sobre os radares consideram que seus produtos não são deseducativos porque a própria legislação prevê que as vias públicas com fiscalização eletrônica sejam sinalizadas pelas autoridades -embora não nos pontos exatos, mas só aproximados.
Fábio Olyntho, diretor de marketing da Ubibras, que adota a propaganda "Co-piloto GPS contra multas", avalia que a proposta do governo federal de proibir a exibição desse tipo de alerta não vai para frente "até por ser inconstitucional".
"A própria lei obriga a divulgação dos pontos de radar. O usuário tem que saber onde a fiscalização está porque a multa não deve ser uma fonte arrecadatória, mas sim ter caráter educativo", afirma ele, ressalvando que seu equipamento também tem outras finalidades, como avisar sobre as curvas perigosas e lombadas.
Ricardo Kamel, vice-presidente da Airis, diz que considera a divulgação dos pontos de radar pelos GPSs uma ação educativa, porque a intenção, na avaliação dele, não é coibir multas, mas evitar acidentes.
"Um motorista que não tem GPS, ao ver um radar, costuma pisar no freio. Se outro veículo estiver atrás e não conseguir frear, haverá uma colisão. O usuário do GPS sabe a informação com antecedência para reduzir a velocidade de forma gradual", afirma Kamel.
"Não considero deseducativo. As placas das ruas também já avisam sobre os radares", avalia Luís Filipe Dias Costa, coordenador de produto do Navegador Quatro Rodas.
Ele diz que a principal preocupação de sua empresa quando disponibilizar essa informação aos clientes é evitar que ela seja interpretada como uma garantia de que os motoristas não levarão multas de trânsito.
Quem vende os GPSs com essa função costuma utilizar os pontos divulgados pelos próprios órgãos de trânsito e parte mantém inclusive equipes para atualizar as informações.
No caso de radares móveis, algumas buscam inserir na programação ao menos os lugares onde eles são instalados com maior freqüência -já que eles não podem ser colocados em qualquer via sem nenhuma justificativa e divulgação prévia.


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