|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Velocidade cai 23% no pico da manhã
Veículos que andavam em 2005 a uma média de 35 km/h em São Paulo passaram a rodar a 27 km/h dois anos depois
Na tentativa de explicar o problema, prefeitura falou em mais obstáculos nas ruas e até mesmo em quebras intencionais de veículos
DA REPORTAGEM LOCAL
O resultado das deficiências
em serviços básicos do trânsito,
aliado ao aumento da frota (já
são mil veículos novos por dia)
e ao aquecimento da economia,
é a perda de tempo dos motoristas nos congestionamentos.
A velocidade média dos veículos em São Paulo na hora de
pico da manhã teve uma queda
de 23% nos últimos três anos:
despencou de 35 km/h em
2005 para 27 km/h em 2007.
E, nos primeiros meses de
2008, as estatísticas não são nada animadoras: em janeiro,
época de férias, ficaram em 32
km/h e nos dois meses seguintes se limitaram a 25 km/h.
No período da tarde, a velocidade chegou a saltar de 20 km/
h para 22 km/h entre 2005 e
2007. Neste ano, a média de fevereiro não passou de 18 km/h.
Técnicos da CET avaliam que
a margem para piorar é menor
à tarde por esse já ser um período tradicionalmente saturado
-devido às viagens concentradas na volta do trabalho.
A gestão Kassab chegou a citar algumas hipóteses nas últimas semanas para a alta dos engarrafamentos -que incluíram
a elevação de obstáculos nas
vias e até mesmo uma ação orquestrada, com quebras intencionais de veículos e manifestações para prejudicar a fluidez.
Em março, a quantidade de
interferências removidas das
vias públicas pela CET teve um
salto de 9%, passando de 14 mil.
O número, porém, é ainda bastante inferior à média de 2005,
quando passava de 15 mil.
O aumento da lentidão no
trânsito prejudica não só os
motoristas em geral como até
os próprios trabalhos das equipes de socorro da companhia.
A demora para elas se deslocarem até as ocorrências era,
em média, de 11,8 minutos em
2006. Em 2007 subiu 6% e, no
primeiro bimestre de 2008,
mesmo em um período de férias, atingiu 12,2 minutos.
Presidente da CET na gestão
Luiza Erundina (na época PT,
hoje PSB), no final dos anos 80,
Ailton Brasiliense considera
necessário equipar a empresa
de trânsito para ajudar a resolver os problemas de mobilidade em São Paulo, mas avalia
que só isso não basta.
"Não cabe um pé 45 num sapato 38. Se não começar a cuidar da solução principal, de
transferir as viagens do transporte individual ao público, da
organização do uso e ocupação
do solo, morreremos todos."
Luís Antonio Seraphim, especialista que trabalhou durante 14 anos na CET, considera
que faltam "recursos técnicos e
também humanos" à empresa
atualmente.
(ALENCAR IZIDORO)
Texto Anterior: SP prioriza trânsito, mas "esquece" CET Próximo Texto: Sob Lula, só 22% de fundo para segurança no trânsito é usado Índice
|