São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cetesb quer análise detalhada do bairro

DA REPORTAGEM LOCAL

A Cetesb vai exigir que a Shell perfure mais poços de monitoramento das águas subterrâneas na região residencial vizinha à base da empresa na Vila Carioca. O objetivo é dimensionar a real extensão da contaminação no bairro.
A antiga área social da unidade, onde foram enterradas borras de pesticidas tóxicos (os drins), é hoje o principal foco das atenções da agência, diz João Antonio Romano, gerente da bacia do Alto Tietê (que engloba a Vila Carioca).
Desde a semana passada, técnicos da Cetesb já estiveram em quase 200 casas na rua Colorado e adjacências, perguntando aos moradores se já haviam usado poço, por quanto tempo, para quê e questionando sobre hábitos diários e sintomas de doenças. "Estamos fazendo o máximo para tranquilizar as pessoas", diz Romano.
Nesta semana, o DAEE analisará o único poço oficial da região, no condomínio Auriverde. Caso seja constatada contaminação, ele será lacrado. Novas licenças para perfuração de poços na Vila Carioca estão suspensas até que a Cetesb comunique ao órgão até onde chegaram os poluentes levados pela água subterrânea.
A existência de poços clandestinos, porém, não é descartada. Por isso o toxicologista Sérgio Graff recomenda que os moradores não usem as águas subterrâneas para nada nem comam frutas ou verduras cultivadas no solo.
Segundo o toxicologista Igor Vassilief, que atuou na contaminação por drins em Paulínia, será difícil relacionar problemas de saúde a uma exposição aos pesticidas ocorrida há muitos anos. Mas isso não é impossível porque as substâncias se acumulam nos tecidos gordurosos e órgãos como o fígado, afirma. (MV)


Texto Anterior: Empresa reafirma que poluentes não deixaram unidade
Próximo Texto: Moacyr Scliar: O direito ao orgasmo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.