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Cetesb quer análise detalhada do bairro
DA REPORTAGEM LOCAL
A Cetesb vai exigir que a Shell
perfure mais poços de monitoramento das águas subterrâneas na
região residencial vizinha à base
da empresa na Vila Carioca. O objetivo é dimensionar a real extensão da contaminação no bairro.
A antiga área social da unidade,
onde foram enterradas borras de
pesticidas tóxicos (os drins), é hoje o principal foco das atenções da
agência, diz João Antonio Romano, gerente da bacia do Alto Tietê
(que engloba a Vila Carioca).
Desde a semana passada, técnicos da Cetesb já estiveram em
quase 200 casas na rua Colorado e
adjacências, perguntando aos
moradores se já haviam usado
poço, por quanto tempo, para quê
e questionando sobre hábitos diários e sintomas de doenças. "Estamos fazendo o máximo para tranquilizar as pessoas", diz Romano.
Nesta semana, o DAEE analisará o único poço oficial da região,
no condomínio Auriverde. Caso
seja constatada contaminação, ele
será lacrado. Novas licenças para
perfuração de poços na Vila Carioca estão suspensas até que a
Cetesb comunique ao órgão até
onde chegaram os poluentes levados pela água subterrânea.
A existência de poços clandestinos, porém, não é descartada. Por
isso o toxicologista Sérgio Graff
recomenda que os moradores
não usem as águas subterrâneas
para nada nem comam frutas ou
verduras cultivadas no solo.
Segundo o toxicologista Igor
Vassilief, que atuou na contaminação por drins em Paulínia, será
difícil relacionar problemas de
saúde a uma exposição aos pesticidas ocorrida há muitos anos.
Mas isso não é impossível porque
as substâncias se acumulam nos
tecidos gordurosos e órgãos como o fígado, afirma.
(MV)
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