São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005

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INVERNO ANIMAL

Frio faz papagaios terem de recorrer a inalador; jaula de macacos é revestida com feno

Zôo usa aquecedor para proteger bichos

Tuca Vieira/Folha Imagem
Menina observa filhotes de jacaré-de-papo-amarelo em aquário aquecido no Zoológico de São Paulo, que tem 4.000 animais


DA REPORTAGEM LOCAL

Aquecedores, berçário climatizado, aparelhos para inalação. Durante o inverno, o Zoológico de São Paulo tem de redobrar os cuidados em relação à saúde de seus 4.000 bichos.
"No ano passado, um papagaio teve que fazer inalação", contou a bióloga e coordenadora de atividades especiais do zôo, Fátima Valente Roberti, 36.
Funcionária há 14 anos do parque, Fátima diz que os habitats têm de ser estruturados para evitar problemas de saúde com a variação de temperatura.
O berçário climatizado do local, por exemplo, conta com uma incubadora que pode ser encontrada em qualquer maternidade. Os privilegiados a usá-las são as aves recém-nascidas que não têm penas -como os papagaios. O espaço do berçário é dividido entre um filhote de iguana, um de jacaré e um de araponga. Os dois répteis ficam em aquários aquecidos.
As necessidades no inverno variam de acordo com a espécie. As serpentes ficam em um espaço com aquecedores na forma de lâmpada, penduradas no teto. "A água também é aquecida por meio de uma resistência", explica Fátima.
As aves não costumam apresentar problemas com o frio, já que são protegidas por penas. Mas, como o vento pode tirar essa proteção natural, são implantadas barreiras nas gaiolas.
Outra tecnologia é a da porta giratória. "À noite, quando está frio, os macacos-aranhas fecham a porta e não saem mais", conta a bióloga. A jaula de madeira é revestida com feno para evitar que o ar frio entre pelos vãos. Segundo Fátima, quem se aproveita das baixas temperaturas são os felinos, como os tigres siberianos. Para eles, difícil é lidar com o calor.
Apesar de os macacos não saírem da jaula com o frio da noite, a visitação noturna ao zôo tem tido grande procura. Os encontros, que eram quinzenais, têm ocorrido semanalmente. Toda sexta, funcionários acompanham grupos de 70 pessoas na excursão noturna. Os preços são de R$ 50 para adultos e R$ 40 para crianças até dez anos. Não há meia-entrada.
Até o momento, não foi registrado nenhum problema de saúde nos animais por causa da queda de temperatura.


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