da Reportagem Local

Para a psiquiatra Alexandrina Meleiro, a principal causa do "mal comportamento" dos médicos como pacientes e em relação à própria saúde é a formação profissional do médico.
"Eles passam mais de seis anos ouvindo dos professores que têm de ser fortes, que não podem se abalar quando um paciente morre. Quando acontece com eles, têm vergonha de dizer que estão doentes. É preciso mudar isso," afirma a psiquiatra.
Segundo ela, essa é uma mudança lenta, mas que pode ocorrer a partir da conscientização de professores e alunos nas faculdades.
Outra razão apontada pelo estudo e destacada por médicos que atendem médicos é o fato de, entre colegas, não se cobrar a consulta.
"Uma grande parte dos médicos pensa que, porque não paga pelo tratamento, não tem direito de "incomodar'. Geralmente, quando chegam ao consultório, eles já tentaram de todas as maneiras resolver o problema sozinhos", diz o cardiologista Bernardino Tranchesi, do hospital Albert Einstein.

Tudo pior
Outra desvantagem do médico que vira paciente é o fato de ele conhecer as possibilidades de evolução da doença e os efeitos colaterais do remédio com mais profundidade que um paciente leigo.
Tanto o estudo quanto os médicos entrevistados afirmam que, ao pensar sobre sua doença, os médicos logo imaginam que ela vai evoluir da pior maneira possível e que todos os possíveis efeitos colaterais dos remédios vão ocorrer.
(MGs)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice