São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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Músico do Rappa pedirá indenização ao Estado

DA SUCURSAL DO RIO

O percussionista do grupo O Rappa, Paulo Sérgio Santos Dias, 21, o Paulo Negueba, entrará com uma ação indenizatória contra o Estado por ter sido baleado na noite de sexta-feira, quando saía de casa, na favela de Vigário Geral (zona norte do Rio de Janeiro).
Segundo José Júnior, coordenador-executivo do grupo cultural Afro Reggae (formado em 1993 após uma chacina deixar 21 mortos na favela), Negueba diz ter certeza de que foi atingido por tiros dos policiais. O músico também integra a banda Afro Reggae.
Na sexta, uma equipe do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar fez operação na favela. No sábado, a governadora Benedita da Silva (PT) exonerou o comandante da unidade, coronel Venâncio Moura. Em seu lugar assume o coronel Sérgio Woolf Meinicke, 49.
"Apesar de a PM dizer que foi atacada por traficantes, ele [Negueba" afirma que foi a polícia que entrou atirando na favela. Ouvi outros 80 jovens da comunidade e todos dizem a mesma coisa", afirmou José Júnior.
Segundo ele, Negueba não está revoltado, mas indignado com o incidente. "Ele disse à governadora [que visitou Negueba no sábado": A molecada está sendo exterminada por todos os lados, por policiais e por bandidos."
Em nota enviada aos jornais, Júnior escreveu que policiais teriam dito "Benedita mandou matar, a gente está matando". Mas ele não acredita que seja verdade. "Isso é jogo político para atingi-la."
Negueba deve deixar a unidade semi-intensiva hoje. Seu quadro é estável. (MHM e TF)


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