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ARREPENDIMENTO
Thomaz Bastos afirma que pretendia "defender a prefeita de agressão"
Declaração foi "infeliz", diz ministro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, classificou ontem
de "uma frase infeliz" a comparação feita por ele anteontem de que
o ato de estudantes da Faculdade
de Direito da USP de atirar uma
galinha na prefeita Marta Suplicy
(PT) seria o mesmo que "jogar
um veado" em um homem que
estivesse falando.
Anteontem, durante a comemoração do centenário do Centro
Acadêmico XI de Agosto, estudantes de oposição à atual direção
do centro jogaram uma galinha
preta, viva, em direção a Marta.
"Seria como se um homem estivesse falando e jogassem um veado. Havia a vontade de agredir",
disse Bastos minutos após a cena.
A prefeita não chegou a ser atingida, mas suspendeu o discurso
previsto para o evento.
"É evidente que o que eu quis
dizer foi [para] defender a prefeita
Marta Suplicy de uma agressão
que -me pareceu- passou dos
limites. Mas eu não fui feliz com a
frase", disse o ministro ontem.
A prefeita Marta Suplicy visitou
ontem a zona oeste de São Paulo,
onde inaugurou dois centros de
educação infantil: o Jardim das
Vertentes, na Vila Sônia, e o Rio
Pequeno 2. Segundo ela, com isso,
o total de creches entregues chegava a seis na região. "De 1990 a
2000, apenas cinco creches foram
construídas aqui", disse.
Um dia após ter sido alvo de
protestos estudantis, ela preferiu
não fazer nenhum comentário sobre o episódio da galinha -tampouco sobre a declaração do ministro da Justiça.
Porém a secretária da Educação,
Cida Perez, que acompanhava a
prefeita, retomou o assunto ao
discursar na inauguração da creche Rio Pequeno. "Aqui, galinha é
só para fazer comida", afirmou
Cida Perez.
"Vergonhosa liderança"
Fundador e secretário de direitos humanos do GGB (Grupo Gay
da Bahia), o antropólogo Luiz
Mott, 57, disse ontem que o ministro "perdeu uma grande oportunidade de ficar calado".
Segundo Mott, "antes de abrir a
boca para falar o que não deve, o
ministro Bastos deveria trabalhar
mais para retirar o Brasil da vergonhosa liderança mundial de assassinatos de homossexuais".
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