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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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EDUCAÇÃO

Previsão era de R$ 288 mi

Custo de "escolões" de Marta cresce R$ 57 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo já gastou até o momento R$ 57 milhões a mais que o previsto inicialmente nos contratos para a construção dos 21 CEUs (Centros Educacionais Unificados, conhecidos como "escolões").
Com isso, o preço médio de cada um dos CEUs subiu de R$ 13,7 milhões para R$ 16,4 milhões. Apenas com o aumento de custo em cada um dos 21 "escolões", de R$ 2,7 milhões em média, seria possível construir duas escolas municipais de ensino infantil, com oito salas cada uma -para cerca de 1.600 crianças no total.
Dos 21 "escolões", 17 já estão em um estágio avançado e devem ser entregues até meados do mês que vem, o que significa que não deve haver novos aditamentos.
Os outros quatro, que têm previsão de entrega só para janeiro de 2004, ainda podem sofrer novos aumentos de gastos.
Localizados na periferia, os CEUs são um dos principais trunfos da prefeita Marta Suplicy (PT) para concorrer à reeleição no ano que vem. Além das salas de aula, os "escolões" contam com teatro, piscinas, quadras e salas com computadores. A estrutura poderá ser usada por escolas próximas.
Os R$ 57 milhões adicionais estão dentro do limite da Lei de Licitações, que prevê aumento de até 25% sobre o preço inicial. O valor total do contrato com as seis empreiteiras era de R$ 288 milhões -cada uma delas tem três ou quatro CEUs. Até o momento, com os R$ 57 milhões aditados, a alta foi de 19,8%, na média.

A explicação da prefeitura
O diretor do Edif (departamento de edificações da prefeitura, responsável pelas obras), Ademir de Morais Mata, afirma que os aumentos de custo dos "escolões" devem-se principalmente a problemas encontrados nos terrenos e a mudanças nos projetos.
Ele cita o caso do CEU Butantã, na zona oeste, onde havia um córrego que cruzava a área e teve de ser canalizado, elevando o preço da obra. Em outros, como o Rosa da China (entregue no último domingo), o custo de fundação teve de ser elevado, em razão da "péssima qualidade do terreno".
Como exemplo de mudanças de projeto, Mata fala das alterações nos teatros. Segundo ele, depois de consultas às comunidades, foi definida a construção de espaços mais complexos, com poltronas e ar-condicionado. Inicialmente, a idéia era construir teatros de arena, que são mais baratos.


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