São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2000

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Estudante é atacada em Minas

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A estudante de história Viviane da Silva Gonzaga, 21, foi encontrada por volta das 22h de anteontem desmaiada e com uma corda enrolada no pescoço, em um bosque da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), região onde há a suposta atuação de um maníaco.
Viviane foi localizada por três estudantes que cortavam caminho pelo bosque, localizado entre a escola de música e o prédio da reitoria. A jovem foi socorrida. Estava em estado de choque e foi liberada na manhã de ontem.
No momento da tentativa de homicídio, o delegado Édson Moreira estava a poucos metros do local. Ele faz curso de especialização na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, no mesmo prédio onde Viviane estuda.
Moreira é o responsável pelas investigações de mortes e desaparecimentos de mulheres ocorridos na região noroeste de Belo Horizonte.
Desde fevereiro do ano passado, pelo menos dez mulheres desapareceram (cinco foram encontradas assassinadas) na região.
Os casos relacionados com a UFMG são o da vendedora Cíntia Rosa de Castro, 23, que teve seu corpo encontrado na mata da universidade, e o da funcionária pública Elizabeth Souza Pinheiro, 38, que foi vista pela última vez nas dependências da instituição.
Viviane não sofreu violência sexual. Ela disse que saiu da sala de aula por volta das 21h30 para pegar livros que ficaram dentro do carro, no estacionamento da faculdade.
A estudante disse ter sentido uma corda em volta do pescoço. Um homem louro, com roupas semelhantes a de motoqueiro, teria obrigado Viviane a rodar com o carro pelo campus.
Perto do bosque, ele a mandou parar e começou a estrangulá-la, momento no qual ela teria perdido os sentidos.
De acordo com o diretor da Divisão de Vigilância da UFMG, Mário Sérgio Brescia, a corda encontrada em volta do pescoço da estudante é semelhante às utilizadas para amarrar bagagens em motos.
"Houve uma tentativa de homicídio por asfixia. Nós suspeitamos de quatro motoqueiros que estavam ontem na universidade. Eles foram abordados por nossa segurança e pela Polícia Militar. Ainda não sei se suas identidades foram anotadas."
O delegado Moreira afirmou que sua equipe pretendia ouvir ainda ontem a estudante, para saber quais foram as circunstâncias do crime.
Ele disse que não tinha, até as 17h, informações sobre os motoqueiros suspeitos. Descartou, a princípio, ligação entre o caso de Viviane e as demais ocorrências.


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