São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2000

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Professor é suspeito do assassinato dos pais

DO "NOTÍCIAS POPULARES"

Foi encontrado morto anteontem, em casa, no Jardim Aurora (zona norte), o casal de idosos Artur Justino da Silva, 82, e Luzia de Sá Silva, 76. O principal suspeito do crime é o professor de letras aposentado Manoel Justino da Silva, 51, filho do casal.
Artur e Luzia foram encontrados pelo filho mais velho, que, como não conseguia falar com eles havia uma semana, decidiu ir à casa dos pais.
Ele encontrou seu irmão, Manoel da Silva, dormindo no quarto ao lado com um martelo sujo de sangue e pediu ajuda à PM e ao delegado Hélio Edson de Souza Júnior, do 20º DP (Água Fria).
Os policiais foram aos quartos e descobriram que o casal tinha sido morto a golpes de martelo. Os corpos já estavam em estado de decomposição. O professor, que cursou e lecionou história na USP, dormia no quarto ao lado quando a polícia chegou.
Artur da Silva estava com a roupa manchada de sangue. Sua mulher aparentemente não tinha sinais de violência, segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo a polícia, Manoel faz tratamento psiquiátrico e sofre de problemas mentais desde os 18 anos. O delegado Hélio de Souza vai pedir a prisão temporária e exame de sanidade mental do suspeito do crime.

Pesquisa
O assassinato do casal pelo filho Manoel da Silva não é exceção quando se analisa o perfil do agressor de idosos em São Paulo.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), quase 40% dos idosos que procuram a Delegacia de Proteção ao Idoso em São Paulo dizem ser vítimas dos próprios filhos ou netos.
A pesquisa foi feita com base em 1.559 boletins de ocorrência e mostra também que outras pessoas da família respondem por 11% das queixas.
O segundo perfil de agressor mais identificado são vizinhos (20% das queixas). Ao todo, 73,3% dos casos registrados são agressões ou ameaças de pessoas conhecidas.
Segundo o IBCCRIM, as violências mais comuns contra os idosos são as ameaças de agressão (26,9%), lesões corporais (12,5%), calúnias e difamações (10,8%), perturbação do sossego (6,6%) e abandono material (6,3%).
As mulheres (57% dos casos) são mais atingidas do que os homens (43%). A maior parte (72,9%) dos casos acontece a partir dos 65 anos de idade.


Colaborou a Reportagem Local

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