São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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"Presídio não é de segurança máxima"

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O engenheiro Charles Finkel, que participou do projeto de instalação de Bangu 1, disse ontem que nenhuma penitenciária no Brasil pode ser considerada de segurança máxima, pois não atendem a critérios básicos, como isolar totalmente os presos e ter toda a operação controlada por sistemas remotos.
Especializado na construção de presídios e sistemas de segurança, Finkel mora e trabalha nos EUA.
Para ele, presos de segurança máxima não podem ter "nenhum tipo de contato nem visual nem físico" com outros detentos e com agentes externos. Isolar o preso seria a premissa básica de uma prisão de segurança máxima.
Outra condição é realizar todas as operações à distância e de forma automática. "[A penitenciária" deve ter toda uma parte de vigilância remota, eletrônica, de abertura e fechamento de portas, sensores, alarmes."
A norma implica num número reduzido de funcionários: "Quanto maior a segurança de um presídio, menor a quantidade de funcionários. Hoje em dia, se opera por meio de sistemas".
Responsável pelo projeto de segurança de Bangu 1, Finkel diz que não sabe como está a situação hoje no presídio. "Ela foi projetada para isso [ser de segurança máxima] arquitetonicamente e do ponto de vista dos sistemas [de controle]." Questionado se existe hoje no país um presídio com essas características, ele respondeu: "Não. Nenhum tem padrão de segurança máxima."


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