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Acesso facilita a vida na periferia
DA REPORTAGEM LOCAL
Rua Jerônimo Dias, Guaianazes, extremo leste de São Paulo. É
dentro de um dos bairros mais
pobres -e violentos da cidade-
que os telefones residenciais começaram a chegar somente no
começo de 2001, dentro de um
plano de expansão da Telefônica,
companhia que opera no Estado.
Uma das proprietárias é a dona-de-casa Maria Dagui Alves, 36. Ela
diz que conseguiu comprar a primeira linha telefônica por cerca
de R$ 100.
"Antes, só quem comprava era
gente que tinha muito dinheiro.
Pobre não tinha R$ 700 ou R$ 900
para um telefone. Daí, quando ficou mais barato, a gente pôde
economizar e ir lá comprar. E isso
já faz mais de um ano", afirmou,
em entrevista feita por telefone.
Atualmente, uma linha custa R$
76,62 em São Paulo. Em 1998, no
chamado "mercado negro" de telefones, uma linha custava até 15
mil, dependendo do bairro.
Praticidade
Pernambucana, Maria conta,
rindo, que só se comunicava com
os parentes por carta. E diz que o
telefone mudou sua vida "em
95%". "Eu tinha de fazer tudo à
pé. Precisava falar com a professora do meu filho? Tocava pegar
um ônibus. Passava mal e precisava de um remédio? Tinha de ir assim mesmo na farmácia. Hoje, resolvo todos os problemas em
poucos minutos."
Mas, mesmo com todos os benefícios, ela ainda se controla na
hora de usar o aparelho. "É um
marido só para pagar todas as
contas", brinca Maria.
O marido, Djair Souza, ganha
R$ 800 por mês como carpinteiro.
A conta de telefone consome R$
30 desse total. "A gente economiza e dá pra ir levando. E tudo ficou
mais fácil."
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