São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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Acesso facilita a vida na periferia

DA REPORTAGEM LOCAL

Rua Jerônimo Dias, Guaianazes, extremo leste de São Paulo. É dentro de um dos bairros mais pobres -e violentos da cidade- que os telefones residenciais começaram a chegar somente no começo de 2001, dentro de um plano de expansão da Telefônica, companhia que opera no Estado.
Uma das proprietárias é a dona-de-casa Maria Dagui Alves, 36. Ela diz que conseguiu comprar a primeira linha telefônica por cerca de R$ 100.
"Antes, só quem comprava era gente que tinha muito dinheiro. Pobre não tinha R$ 700 ou R$ 900 para um telefone. Daí, quando ficou mais barato, a gente pôde economizar e ir lá comprar. E isso já faz mais de um ano", afirmou, em entrevista feita por telefone.
Atualmente, uma linha custa R$ 76,62 em São Paulo. Em 1998, no chamado "mercado negro" de telefones, uma linha custava até 15 mil, dependendo do bairro.

Praticidade
Pernambucana, Maria conta, rindo, que só se comunicava com os parentes por carta. E diz que o telefone mudou sua vida "em 95%". "Eu tinha de fazer tudo à pé. Precisava falar com a professora do meu filho? Tocava pegar um ônibus. Passava mal e precisava de um remédio? Tinha de ir assim mesmo na farmácia. Hoje, resolvo todos os problemas em poucos minutos."
Mas, mesmo com todos os benefícios, ela ainda se controla na hora de usar o aparelho. "É um marido só para pagar todas as contas", brinca Maria.
O marido, Djair Souza, ganha R$ 800 por mês como carpinteiro. A conta de telefone consome R$ 30 desse total. "A gente economiza e dá pra ir levando. E tudo ficou mais fácil."


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