São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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Trabalho infantil cai, mas ainda explora 2,2 milhões

SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar dos esforços do governo e da sociedade para erradicar o trabalho infantil no Brasil, o número de crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos que trabalham no país ainda é bastante alto: 2,23 milhões.
Na faixa etária que vai de 5 a 9 anos, o total também impressiona: 296.705, o que corresponde a 1,8% das crianças nessa idade.
De acordo com a Pnad, entre 1999 e 2001 houve uma redução de 13,3% do trabalho infantil (5 a 14 anos), o que significa 738.558 crianças a menos exercendo alguma atividade laboral no país.
De acordo com a pesquisa, em 1992, a parcela de crianças e adolescentes nessa faixa etária que trabalhavam era bastante alta: 12,1%. No ano passado, esse percentual foi reduzido para 6,8%.
No ano passado, a maior parte das crianças e adolescentes de 5 a 14 anos que trabalhavam estava concentrada nas áreas agrícolas. O IBGE apurou que a mão-de-obra infantil, especialmente nas regiões agrícolas, se concentra em pequenos empreendimentos familiares e com remuneração.
Em 2001, 58,7% das crianças e adolescentes de 5 a 14 anos que exerciam atividades laborais estavam no campo. Esse percentual é ainda maior quando a faixa etária analisada é a de 5 a 9 anos: 75,9%.
Nas regiões agrícolas houve diminuição do trabalho infantil, tanto na faixa que vai de 5 a 9 anos quanto na de 10 a 14 anos, passando, respectivamente, de 80,4% e 44,6%, em 1999, para 75,9% e 33,3%, em 2001.
Já nos setores não agrícolas, houve aumento de exploração do trabalho infantil nas duas faixas etárias, de 19,6% para 24,1% entre os mais novos e de 26% para 26,2% entre os mais velhos.

Meninos
Os dados da Pnad também confirmam as diferenças entre os gêneros no trabalho infantil. Desde 1992, crianças do sexo masculino são mais afetados por essa prática, e representam aproximadamente o dobro das meninas na mesma situação.
No ano passado, 9,1% dos meninos de 5 a 14 anos estavam trabalhando, enquanto a parcela das meninas era de 4,5%.(SP)


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