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Trabalho infantil cai, mas ainda explora 2,2 milhões
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar dos esforços do governo
e da sociedade para erradicar o
trabalho infantil no Brasil, o número de crianças e adolescentes
entre 5 e 14 anos que trabalham
no país ainda é bastante alto: 2,23
milhões.
Na faixa etária que vai de 5 a 9
anos, o total também impressiona: 296.705, o que corresponde a
1,8% das crianças nessa idade.
De acordo com a Pnad, entre
1999 e 2001 houve uma redução
de 13,3% do trabalho infantil (5 a
14 anos), o que significa 738.558
crianças a menos exercendo alguma atividade laboral no país.
De acordo com a pesquisa, em
1992, a parcela de crianças e adolescentes nessa faixa etária que
trabalhavam era bastante alta:
12,1%. No ano passado, esse percentual foi reduzido para 6,8%.
No ano passado, a maior parte
das crianças e adolescentes de 5 a
14 anos que trabalhavam estava
concentrada nas áreas agrícolas.
O IBGE apurou que a mão-de-obra infantil, especialmente nas
regiões agrícolas, se concentra em
pequenos empreendimentos familiares e com remuneração.
Em 2001, 58,7% das crianças e
adolescentes de 5 a 14 anos que
exerciam atividades laborais estavam no campo. Esse percentual é
ainda maior quando a faixa etária
analisada é a de 5 a 9 anos: 75,9%.
Nas regiões agrícolas houve diminuição do trabalho infantil,
tanto na faixa que vai de 5 a 9 anos
quanto na de 10 a 14 anos, passando, respectivamente, de 80,4% e
44,6%, em 1999, para 75,9% e
33,3%, em 2001.
Já nos setores não agrícolas,
houve aumento de exploração do
trabalho infantil nas duas faixas
etárias, de 19,6% para 24,1% entre
os mais novos e de 26% para
26,2% entre os mais velhos.
Meninos
Os dados da Pnad também confirmam as diferenças entre os gêneros no trabalho infantil. Desde
1992, crianças do sexo masculino
são mais afetados por essa prática,
e representam aproximadamente
o dobro das meninas na mesma
situação.
No ano passado, 9,1% dos meninos de 5 a 14 anos estavam trabalhando, enquanto a parcela das meninas era de 4,5%.(SP)
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