São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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RETRATO DO BRASIL

Na região mais rica do país, 80,1% dos estudantes universitários estão em instituições particulares

Faculdade privada domina ensino no Sudeste

DA SUCURSAL DO RIO

No meio de números que confirmam a tendência de avanços em quase todos os indicadores educacionais analisados, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) de 2001 mostra que, no ensino superior, as diferenças regionais são mais evidentes.
Pela primeira vez nessa pesquisa, o IBGE perguntou em que tipo de rede (pública ou privada) o estudante estava matriculado.
Na região Sudeste, 80,1% dos estudantes do ensino superior estão em faculdades privadas. No Nordeste, a participação da rede pública nesse nível de ensino supera a da rede privada, com 52,1% dos estudantes.
No total, há 1,8 milhão de universitários no Sudeste. No Nordeste, são 646 mil.
Em todo o Brasil, a proporção de alunos na rede pública de ensino superior é de 30,1%, contra 69,8% na rede privada.
Nos demais níveis de ensino, há uma predominância de alunos da rede pública, onde estudam 78,5% dos alunos do ensino médio, 89,8% do ensino fundamental e 75,1% da pré-escola.
Os demais dados da Pnad confirmam tendências já verificadas por outras pesquisas do IBGE e do MEC (Ministério da Educação). A taxa de analfabetismo, por exemplo, caiu mais uma vez. No ano passado ela ficou em 11,4% da população com mais de 10 anos de idade. Em 1999, quando foi feita a Pnad anterior, era de 12,3%, e, em 1992, estava em 16,4%.
Na faixa etária de 10 a 14 anos, a queda foi ainda maior na taxa de analfabetismo, que diminuiu de 12,4% em 1992 para 4,2% em 2001. Essa taxa, no entanto, continua muito maior entre os homens (5,3%) do que entre as mulheres (3,1%), o que mostra uma desigualdade de gêneros invertida, no que diz respeito à educação.
Os analfabetos funcionais (que não completaram a quarta série do ensino fundamental) representam, pela primeira vez nas Pnads, menos de 30% da população. Esse nível, porém, ainda é considerado muito alto se comparado com o de outros países em desenvolvimento.
Eles eram 40,5% em 1992, 31,6% em 1999 e diminuíram para 29,1% no ano passado.
Na outra ponta pesquisada, a porcentagem de brasileiros com, ao menos, o ensino médio completo era de 14,1% em 1992, de 19% em 1999 e de 21,7% no ano passado -superando, pela primeira vez, o patamar de 20%.

Crianças na escola
Outro resultado esperado era a queda, mais uma vez, da porcentagem de crianças que estavam fora da escola, em todas as regiões do país.
Em 1992, 13,4% das crianças de 7 a 14 anos não estavam estudando, parcela que foi de 3,5% no ano passado. A redução foi maior na região Nordeste, onde a taxa caiu de 20,3% para 4,8% no mesmo período.


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