São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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"Aceitaria qualquer coisa", diz administradora

DA REPORTAGEM LOCAL

Os quatro primeiros meses de 2001 foram "difíceis" para a administradora de empresas Flávia Tavares de Oliveira. Aos 23 anos, formada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), com um currículo que incluía experiências profissionais em empresas como a General Motors, com um leque de idiomas -que iam do inglês ao francês fluente-, Flávia não conseguia arranjar um emprego. Foram, como ela mesma diz, "inúmeras" as dinâmicas de grupo e os testes nesse intervalo de tempo.
"Perguntava aos meus amigos se havia alguma vaga onde eles trabalhavam, aos ex-professores na faculdade. Foi uma época horrível, fiquei angustiada e já pensava em aceitar qualquer coisa que me oferecessem", afirmou.
Em abril de 2001, Flávia foi chamada para trabalhar em uma pequena empresa que desenvolve conteúdo para sites na internet. Está na mesma firma até hoje e, em mais de um ano, já conseguiu dois aumentos salariais.
"Não era o emprego com que eu sonhava, mas sei que é fundamental estar no mercado."
Assim como ela, outras mulheres estudaram e conseguiram uma melhor colocação no mercado de trabalho.
O exemplo do contraste entre as gerações está dentro da casa da administradora de empresas. A mãe dela, Letícia Tavares de Oliveira, 52, chegou a fazer faculdade de direito por dois anos, mas largou tudo por causa do casamento. Desde então, fez alguns cursos, mas nunca entrou, como diz Flávia, "para valer" no mercado de trabalho.
"Acho que os objetivos foram mudando com o passar dos tempos. Nós damos valores para coisas muito diferentes. Enquanto ela pensou nas coisas da casa e em nós, eu só pensei nos meus estudos e no trabalho."


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