São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACIDENTE

Motorista, que estava em seu primeiro dia no trabalho, se atrapalhou quando trafegava pela pista, segundo a polícia

Ônibus atropela 3 e mata 1 em Congonhas

BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um ônibus que faz o transporte de passageiros entre as aeronaves e os terminais de embarque e desembarque do Aeroporto de Congonhas atropelou três pessoas na pista do aeroporto no início da noite de ontem. Um passageiro morreu no local.
Os passageiros tinham acabado de desembarcar de um avião Fokker 100, no vôo 3730, da companhia aérea Tam, proveniente de Goiânia. Eles se preparavam para entrar em uma van para serem levados até a sala de desembarque do aeroporto quando foram atingidos pelo ônibus.
O passageiro Augusto Veiga, 52, funcionário do banco Itaú, morreu. Jânio Alcides Negrão, 23, funcionário do restaurante do aeroporto, sofreu trauma craniano médio e foi socorrido no Hospital Municipal Artur Saboya, no Jabaquara. O técnico em contabilidade Sebastião Guimarães Alves, 52, também passageiro, teve ferimentos nos joelhos, cotovelo e pulso.

Primeiro dia
Era o primeiro dia de trabalho do motorista Isaías Godoi Coutinho, 33, funcionário da empresa Pássaro Marrom, terceirizada da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária). Ele confundiu os pedais e pisou no acelerador em vez de pisar no freio, atropelando as vítimas.
O motorista Severino Feliciano, 39, que trabalha na Pássaro Marrom há um ano e quatro meses, estava dentro do ônibus para acompanhar o primeiro dia de Coutinho, que tem o primeiro grau incompleto. "Os passageiros [dentro do ônibus] gritaram, eu gritei para ele parar, mas ele acelerou", contou. Os ônibus utilizados na pista são hidramáticos e possuem apenas dois pedais.
De acordo com Feliciano, após o acidente, Coutinho chorou e começou a tremer. Ele deve ser indiciado por homicídio culposo.
No momento do atropelamento, havia cerca de 50 passageiros dentro do ônibus, que tinha saído do box 17 do pátio do aeroporto e ia em direção à ala de desembarque. Após um percurso de cerca de dez metros, o acidente ocorreu.
"Parece que foi mesmo uma falha humana. Ele [o motorista" se atrapalhou", disse o delegado Ruy Barros, titular da Delegacia de Polícia do Aeroporto de Congonhas.
Um funcionário da empresa Pássaro Marrom presente à delegacia informou que a empresa não falaria sobre o assunto ontem. Coutinho foi treinado tanto pela empresa como pela Infraero.


Texto Anterior: Drogas: 66 são presos por tráfico perto de escolas
Próximo Texto: Sindicato culpa falha estrutural
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.